A Braskem, por sua vez, está recorrendo a processos de liquidação de sentença contra moradores como Andréa, que não chegaram a um acordo de indenização ou não participaram do Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação (PCF). Até o momento, foram registradas 19.164 propostas de compensação financeira, com 18.670 indenizações pagas e 76 propostas recusadas.
Andréa e outros moradores foram forçados a deixar suas casas na “zona de risco” devido ao colapso iminente da mina. O juiz Ângelo Cavalcanti Alves de Miranda autorizou o uso de força policial para a desocupação da área. A Braskem busca chegar a um acordo por meio da liquidação de sentença, em que a Justiça indica um perito independente para arbitrar o valor da indenização.
No caso de Andréa, o perito indicado já estabeleceu um valor, que ela aceitou, apesar de considerá-lo abaixo do que realmente valia o imóvel antes de sua saída. A Braskem apresentou embargos de declaração para esclarecer pontos da sentença. Andréa afirmou que a proposta da Justiça foi melhor do que a oferecida pela empresa, que sempre tentou negociar um valor abaixo do padrão.
Outro morador afetado, o coordenador-geral do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB), Cássio de Araújo Silva, teve sua casa incendiada recentemente. Ele estima um prejuízo de R$ 6 milhões, já que o imóvel continha cerca de 20 mil livros. A Braskem ofereceu suporte, mas Cássio recusou.
A Justiça alagoana afirmou que a maioria dos laudos periciais tem sido aceita pela Braskem, embora haja casos em que a empresa contesta as conclusões dos peritos. A situação dos moradores afetados pela mineração da Braskem em Maceió continua a ser um desafio, com muitos enfrentando dificuldades para serem indenizados de forma justa e adequada.