De acordo com o requerimento aprovado por unanimidade pela Comissão, há indícios robustos de que os licitantes do leilão agiram em conluio para fixar preços. O deputado Marcel van Hattem, autor do requerimento, destacou que o valor de abertura dos lotes era de R$ 5 por quilo e a maioria foi vendida exatamente por esse valor, o que levanta suspeitas sobre a conduta dos participantes.
O debate sobre a importação de arroz também foi tema central na reunião da Comissão. Com a recente onda de enchentes afetando as lavouras de arroz no Rio Grande do Sul, estado responsável por cerca de 70% da produção nacional, o governo federal decidiu permitir a importação do produto para garantir o abastecimento.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, defendeu a importação como uma medida necessária para estabilizar os preços ao consumidor e garantir a segurança alimentar. No entanto, o economista-chefe da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Antônio da Luz, questionou a decisão, argumentando que não há risco de desabastecimento e que a importação pode prejudicar os produtores locais.
Durante o debate, o ex-secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e ex-deputado Neri Geller se posicionou a favor da importação, negando irregularidades no leilão e ressaltando a importância de impulsionar a produção nacional. Geller deixou claro que discorda da forma como a importação foi conduzida, mas acredita que a medida não prejudicará os agricultores brasileiros.
Amanhã, a Comissão de Agricultura ouvirá o ministro Carlos Fávaro para discutir mais detalhes sobre a importação de arroz e seus impactos no mercado nacional. A reunião promete ser um importante espaço para esclarecer dúvidas e debater soluções para os desafios enfrentados pelo setor agrícola do país.