Ambientalistas reivindicam participação social em políticas climáticas para evitar violência contra populações vulneráveis em seminário na Câmara dos Deputados.

No dia 11 de junho de 2024, ambientalistas se reuniram em um seminário na Câmara dos Deputados para discutir sobre a adaptação climática e a importância da participação social na elaboração de políticas públicas relacionadas às mudanças do clima. O evento foi realizado a pedido dos deputados Ivan Valente e Talíria Petrone, ambos do Psol.

Durante o seminário, o coordenador de Justiça Climática do Greenpeace Brasil, Igor Travassos, destacou a importância de ouvir as pessoas afetadas por desastres climáticos, pois são elas que conhecem melhor as localidades onde vivem e podem contribuir com soluções e estratégias de permanência. Segundo Travassos, a prevenção a tragédias climáticas não pode resultar em mais violência contra populações vulneráveis, como pessoas negras, indígenas e quilombolas, que são as mais afetadas.

Outro ponto abordado durante o seminário foi a necessidade de atuação do poder público para criar condições de permanência em áreas de risco, evitando a retirada das pessoas de seus locais de moradia. Igor Travassos ressaltou a falta de acesso a saneamento, drenagem do solo e investimento público nas áreas mais pobres como uma forma de racismo ambiental.

Representantes de diferentes organizações e comissões alertaram para a falta de coordenação unificada do governo federal na elaboração de políticas de prevenção e reparação de danos causados por eventos climáticos extremos. A representante da Rede por Adaptação Antirracista, Thaynah Gutierrez, lamentou a ausência de diálogo com a sociedade civil para contribuir de maneira efetiva com os planos em desenvolvimento.

O presidente da Comissão de Legislação Participativa, deputado Glauber Braga, compartilhou sua experiência pessoal durante uma tragédia climática em Teresópolis, ressaltando as diferenças de impacto entre moradores de diferentes classes sociais. Houve também apresentação de mapas que evidenciaram a correlação entre áreas de risco ambiental e população negra em cidades como São Sebastião e Magé, evidenciando a desigualdade na distribuição dos impactos climáticos.

O seminário sobre adaptação climática continua em discussão, com representantes do governo federal programados para participar do próximo encontro. A importância da participação da sociedade civil e a necessidade de políticas públicas mais inclusivas e eficazes foram temas recorrentes ao longo do evento, que busca soluções sustentáveis para lidar com os desafios climáticos cada vez mais urgentes.

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