Durante o evento, Cirlene Zimmermann ressaltou que muitas empresas ainda encaram a prevenção de acidentes como um custo extra, optando por medidas mais baratas ou até mesmo ignorando as normas de segurança, o que acaba resultando em acidentes. Ela alertou para a necessidade de mudanças nesse cenário, destacando que a Constituição estabelece o direito do trabalhador à redução dos riscos no ambiente de trabalho.
A audiência, que foi promovida pela Comissão de Trabalho, teve como objetivo lembrar as vítimas de doenças e acidentes relacionados ao trabalho, além de conscientizar sobre a importância do Abril Verde. Cirlene Zimmermann também chamou atenção para a falta de preparação dos brasileiros desde a educação, indicando que a faixa etária entre 18 e 24 anos é a mais vulnerável a acidentes de trabalho no Brasil.
Dados do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho apontam que em 2022 foram registradas 612,9 mil notificações de acidentes de trabalho, sendo 2,5 mil com morte. Para tentar reverter esse cenário, Zimmermann pediu a aprovação do Projeto de Lei 559/24, que propõe a inclusão de noções de segurança e saúde no trabalho no currículo da educação básica.
Além disso, a audiência abordou casos de trabalho escravo e a importância da saúde mental no ambiente de trabalho. O representante do Diesat contou exemplos de empresas que exploram seus funcionários, enquanto o presidente da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho destacou o aumento dos afastamentos relacionados a doenças mentais.
Em resumo, a audiência na Câmara dos Deputados colocou em evidência a necessidade urgente de mudanças na cultura empresarial brasileira em relação à segurança e saúde no trabalho, visando proteger os trabalhadores e prevenir acidentes e doenças laborais.