Câmara dos Deputados aprova projeto que regulamenta mercado de carbono no Brasil e cria Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões.

Na última terça-feira, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto que regulamenta o mercado de carbono no Brasil (PL 2148/15). A proposta cria o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE), estabelecendo limites para emissões e criando um mercado de venda de títulos.

O relator do projeto, deputado Aliel Machado (PV-PR), propôs um texto que combina projetos discutidos na Câmara com uma proposta já aprovada pelo Senado (PL 412/22). O projeto agora segue para análise das mudanças feitas pelos deputados no Senado.

Essa iniciativa faz parte da agenda verde aprovada neste ano, que inclui a exploração de energia eólica no mar (PL 11247/18) e a produção de hidrogênio verde (PL 2308/23).

O projeto visa criar um limite de emissões de gases do efeito estufa para as empresas. Aquelas que excederem o limite deverão compensar suas emissões através da compra de títulos, enquanto as empresas que não atingirem o limite ganharão cotas a serem vendidas no mercado.

Aliel Machado destacou que o Brasil é um dos maiores emissores de gases de efeito estufa, emitindo cerca de 2 bilhões de toneladas de gás carbônico por ano. O objetivo da proposta é criar incentivos para reduzir as emissões e mitigar os impactos climáticos das empresas.

O texto foi alvo de discussões e negociações e acabou por atender a pedidos da Frente Parlamentar Agropecuária para excluir da regulamentação setores do agronegócio, como a produção de insumos ou matérias-primas agropecuárias. Durante a discussão em Plenário, também foi incluída a previsão de compensação ambiental de emissão de gases por veículos automotores, com a compra de créditos de carbono pelos proprietários de veículos.

O projeto estabelece também um mercado regulado de títulos de compensação e geração de créditos por emissões de gases de efeito estufa, que será vinculado ao Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE).

Além disso, a proposta prevê a criação de um órgão gestor, um órgão deliberativo e um comitê consultivo permanente, visando garantir a governança e a transparência do sistema.

Devido à complexidade e aos impactos que a proposta pode gerar, a tramitação do projeto foi extensa e repleta de debates. Agora, o projeto segue para o Senado para análise das modificações realizadas pela Câmara dos Deputados.

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