Alegando que seus advogados ainda não tiveram acesso aos autos do processo no Supremo Tribunal Federal (STF), Souza afirmou que só colaboraria com a comissão após ter tempo suficiente para conversar e articular com sua defesa. Essa postura foi amparada por um habeas corpus obtido junto ao STF.
No entanto, mesmo diante da negativa do depoente, a relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama, sugeriu a possibilidade de um acordo de delação premiada. Gama questionou se Souza estaria interessado em colaborar com os trabalhos da comissão e trazer informações relevantes. A resposta, no entanto, veio do advogado do blogueiro, Sildilon Maia, que informou que já solicitou acesso às peças que faltam no STF e que está à disposição para dialogar e ter acesso ao parecer interno relacionado ao tema.
Durante a reunião, Eliziane Gama fez questão de ressaltar o histórico do blogueiro, conhecido por divulgar denúncias sem provas na internet, que já resultaram em várias ações judiciais contra ele no Ceará. Além disso, a senadora mencionou os pedidos de Pix feitos por Souza e a aquisição de automóveis no valor de mais de R$ 300 mil, mesmo estando desempregado. Gama enfatizou que, graças à incompetência dos envolvidos, a bomba não explodiu, mostrando uma imagem com o raio de alcance dos efeitos caso o artefato tivesse sido acionado.
No decorrer da sessão, o deputado Pr. Marco Feliciano defendeu Souza e afirmou que o blogueiro não deveria estar prestando depoimento, argumentando que ele está preso por criticar o STF. Segundo o parlamentar, existe um desequilíbrio de poderes no país, que eleva os membros da Suprema Corte a uma posição superior e intocável.
Também houve críticas por parte da oposição. O senador Cleitinho chamou Souza de “covarde que usava a direita” e argumentou que um cristão não tentaria matar pessoas na véspera de Natal.
A CPMI do 8 de Janeiro tem como objetivo investigar os atos ocorridos no dia da invasão aos prédios dos Três Poderes, em janeiro deste ano. A comissão busca apurar possíveis responsabilidades e identificar os envolvidos na tentativa de afrontar a ordem constitucional do país.