Embora tenha havido uma melhora em relação às eleições municipais de 2020, quando a reserva de candidaturas para mulheres foi desrespeitada em 1.304 municípios, as cotas estabelecidas desde 2009 ainda não são efetivamente cumpridas pelos partidos. O Brasil continua figurando como um dos países com menor representação feminina na política, com apenas 18% das cadeiras na Câmara dos Deputados ocupadas por mulheres e uma presença ainda menor no Senado, com apenas 12% das vagas ocupadas por mulheres.
A deputada Flávia Morais (PDT-GO) destacou a importância da presença feminina nos parlamentos, ressaltando que a sub-representação traz prejuízos para a formulação e implementação de políticas públicas no país. De acordo com a parlamentar, a ausência de uma representação adequada das mulheres nos espaços de decisão acaba refletindo na falta de força política para aprovar projetos de grande relevância para a população.
Nas eleições municipais deste ano, as mulheres representaram mais de 30% das candidaturas, conforme apontado pelo levantamento do Observatório da Mulher na Política. O estado com a menor participação feminina foi o Rio de Janeiro, com 34,3%, enquanto o Mato Grosso do Sul registrou a maior proporção, com 36,5% de candidaturas femininas.
Em 2018, o Supremo Tribunal Federal decidiu que os partidos devem destinar 30% das vagas nas eleições proporcionais para mulheres e aplicar o mesmo percentual do Fundo Eleitoral no financiamento de candidaturas femininas. Além disso, o Tribunal Superior Eleitoral passou a obrigar as legendas a reservar 30% do tempo de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV para as candidatas, reforçando a importância da equidade de gênero na política brasileira.