Programa Propag: Estados poderão renegociar dívidas com a União em até 30 anos, com redução de encargos, em projeto de Lei Complementar.

Na última quarta-feira, 18 de setembro de 2024, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), apresentou o Projeto de Lei Complementar 121/24, que propõe um programa para renegociação das dívidas dos estados e do Distrito Federal com a União. A proposta tem como objetivo permitir o pagamento dos débitos em até 30 anos, com redução de encargos, e já foi aprovada pelos senadores. Atualmente, está em análise na Câmara dos Deputados em regime de urgência.

O Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag) abrange desde as dívidas renegociadas na década de 1990 até as medidas mais recentes, como o Regime de Recuperação Fiscal (RRF) instituído pela Lei Complementar 159/17. Os estados terão a possibilidade de utilizar bens e participações acionárias em empresas, entre outras formas de pagamento, para amortizar parte das dívidas, desde que haja acordo com a União. O restante do saldo devedor será renegociado em até 360 parcelas, com a aplicação de novos encargos, como juros e correção monetária.

No que diz respeito ao custo do refinanciamento, a proposta prevê a correção monetária por meio da inflação oficial (IPCA) acrescida de uma taxa de juros que pode variar de zero a 2% ao ano. Os estados terão a oportunidade de reduzir os juros de acordo com a antecipação do pagamento da dívida e os investimentos realizados em áreas como educação profissional e infraestrutura.

Além disso, o projeto estabelece contrapartidas para os estados que aderirem ao Propag, como a limitação do crescimento anual das despesas primárias. Serão aplicadas regras de correção real das despesas, considerando o crescimento da receita no ano anterior e a situação fiscal do estado. Também estão previstas medidas de transparência, como a divulgação de dados sobre o uso dos recursos do Fundo de Equalização Federativa.

Dessa forma, o PLP 121/24 busca proporcionar condições para que os estados possam regularizar suas dívidas junto à União e melhorar sua situação financeira a longo prazo. A proposta visa garantir a sustentabilidade econômica e fiscal dos entes federativos, contribuindo para o desenvolvimento e equilíbrio das contas públicas em todo o país.

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