Projeto de Lei propõe igualdade na sucessão de bens adquiridos durante união estável, seguindo decisão do STF, com impactos para casais hetero e homoafetivos.

No dia 05 de setembro de 2024, o deputado Jonas Donizette apresentou o Projeto de Lei 2199/24, que propõe alterações no Código Civil para atualizar a sucessão de companheira ou companheiro em união estável. A iniciativa surgiu após uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em 2017, que eliminou a diferenciação entre cônjuges e companheiros em casos de sucessão de bens adquiridos durante a união estável.

De acordo com o texto em análise na Câmara dos Deputados, seria revogado o artigo 1.790 do Código Civil, que regulamenta a participação do companheiro na sucessão do outro em casos de bens adquiridos durante a convivência. O projeto estabelece novas regras para essa sucessão, levando em consideração a concorrência com filhos comuns, descendentes só do autor da herança, outros parentes sucessíveis ou a ausência desses parentes.

Segundo o deputado Jonas Donizette, o STF considerou inconstitucional a distinção entre cônjuges e companheiros, estabelecendo a aplicação do artigo 1.829 do Código Civil tanto para casamento quanto para união estável. A aplicação desta tese pelo STF foi modulada temporalmente, impactando apenas processos judiciais em andamento e preservando os casos já finalizados.

O projeto ainda precisa passar pela análise da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados e, se aprovado, seguirá para o Senado para se tornar lei. A proposta visa garantir a igualdade de direitos de sucessão tanto para casais hetero quanto para casais homoafetivos, reorganizando a ordem de sucessão e eliminando a distinção entre cônjuges e companheiros.

Portanto, a proposta de alteração no Código Civil apresentada pelo deputado Jonas Donizette busca adequar a legislação à decisão do STF e promover a igualdade de direitos sucessórios para todos os tipos de união estável. A tramitação do projeto será acompanhada de perto pelos órgãos legislativos, a fim de garantir a atualização e modernização das leis brasileiras referentes a esse tema.

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