Repórter São Paulo – SP – Brasil

78ª edição do Festival de Avignon se inicia com clima inusitado e espetáculos marcantes, antecipando a tensão das eleições legislativas na França.

Avignon, na França, se prepara para receber a 78ª edição do renomado Festival de Avignon, que teve sua abertura adiantada devido à iminência das Olimpíadas de Paris 2024. Sob um clima atípico de vento e nuvens densas, a cidadela medieval se prepara para receber mais de quatro mil espetáculos, divididos entre o programa oficial do “IN” e a programação paralela do “OFF”.

A estreia do festival foi marcada pela encenação da peça “Absalon, Absalon!”, dirigida pela talentosa Séverine Chavrier. Baseada no romance de William Faulkner, a peça conta a história de Thomas Sutpen, um homem que tenta construir uma vida e uma família, mas acaba sendo um eterno estranho em sua comunidade. A diretora francesa destacou que sua interpretação não é literal, mas busca capturar a essência e a atmosfera do livro.

A expectativa para a peça é alta, pois resgata o universo sombrio de Faulkner, ambientado nos Estados Unidos da Guerra Civil e da Secessão, marcados pela escravidão e pelo genocídio dos povos originários. O fracasso dos sonhos de glória é uma temática recorrente na obra do autor, e Chavrier busca explorar essas nuances no palco.

Logo após a peça de Chavrier, a artista espanhola Angelica Liddell traz sua visão única para o Festival de Avignon. Conhecida por espetáculos impactantes que transcendem as fronteiras do teatro, Liddell promete uma experiência intensa e profunda, explorando o que ela chama de “pornografia da alma” em suas obras.

Com uma programação diversificada e a presença de talentosos artistas internacionais, o Festival de Avignon promete ser um marco cultural neste ano, mesmo diante de desafios e tensões políticas que permeiam o cenário francês. A arte será o foco nos próximos dias, levando o público a reflexões e emoções intensas.

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