Os implantes hormonais são bastonetes de silicone do tamanho de um palito de fósforo que são inseridos sob a pele para liberar medicamentos e hormônios com ação anabolizante, como testosterona e gestrinona. Prometendo benefícios como emagrecimento, ganho de massa muscular, aumento da disposição física e da libido, e alívio dos sintomas da menopausa, esses dispositivos vêm sendo prescritos de maneira indiscriminada por alguns médicos com motivações comerciais.
A Anvisa ressaltou que esses implantes não passaram por avaliação da Agência e não possuem produtos semelhantes registrados para fins estéticos ou tratamento de sintomas como fadiga e menopausa. Fundamentada na resolução RDC 67 de 2007 e na Lei nº 6.360/1976, a decisão da Anvisa visa garantir a qualidade, segurança e eficácia dos produtos manipulados em farmácias, além de proteger a saúde dos consumidores.
É importante ressaltar que pacientes que utilizam esses produtos devem buscar orientação médica e notificar eventuais efeitos colaterais pelo sistema VigiMed. Dados reportados pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) mostram que mais de 200 casos de efeitos colaterais foram registrados, sendo quase metade relacionados ao uso do “chip da beleza”.
Entidades médicas têm proposto a proibição total da fabricação, importação, manipulação, comercialização e propaganda desses implantes, também apontando médicos e farmácias que promovem ativamente seu uso. Os profissionais envolvidos oferecem cursos específicos e prometem resultados clínicos e lucros, o que tem levantado sérias preocupações nas autoridades de saúde.
Diante disso, a Anvisa reforça a importância da regulamentação e fiscalização rigorosas para garantir a segurança e saúde da população, principalmente em relação a produtos que envolvem a manipulação de hormônios. Medidas como a suspensão dos “chips da beleza” visam proteger a sociedade e combater práticas prejudiciais à saúde.