Brasil se prepara para a COP-29 com desafios sobre financiamento e consenso internacional

No dia 15 de outubro de 2024, foi realizada uma importante reunião preparatória para a 29ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-29), que contou com a participação de representantes do governo brasileiro, do Parlamento e da sociedade civil. O objetivo do encontro foi discutir as possíveis contribuições do Brasil para a Cúpula Climática da ONU, que está prevista para ocorrer de 11 a 22 de novembro, no Azerbaijão.

Durante a reunião, a embaixadora Liliam Beatris de Moura, diretora do Departamento do Clima do Ministério de Relações Exteriores, compartilhou suas impressões da reunião preparatória realizada em Baku, capital do Azerbaijão. Ela destacou que o atual contexto internacional, marcado por conflitos bélicos, pode dificultar as negociações na COP-29, que busca acordos sobre temas complexos como financiamento e transparência nas ações de adaptação e mitigação do aquecimento global.

Um dos principais desafios será o estabelecimento de um novo montante de financiamento para os países em desenvolvimento aplicarem na redução de suas emissões de gases de efeito estufa. A meta atual, de US$100 bilhões por ano entre 2020 e 2025, foi cumprida parcialmente pelos países desenvolvidos a partir de 2022, gerando incertezas sobre a duração da meta e a divisão do financiamento com “novos ricos” como a Arábia Saudita e a China.

Além disso, são esperados avanços na COP-29 para a finalização do acordo sobre o mercado global de carbono, a capacitação para o uso dos recursos do Fundo de Perdas e Danos, e a implantação de metas de mitigação ligadas a temas como transição energética, combate ao desmatamento e preservação da biodiversidade. A conferência também deve debater a justiça climática, com recomendações da sociedade civil para novos mecanismos de financiamento e indicadores de raça, gênero e território.

Diante desses desafios e expectativas, o coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, deputado Nilto Tatto (PT-SP), ressaltou a importância do envolvimento do Legislativo nas negociações e se comprometeu a promover novas audiências antes da COP-29. Além disso, a secretária nacional de Gestão Ambiental e Territorial Indígena do Ministério dos Povos Indígenas, Ceiça Pitaguary, destacou a necessidade de garantir a participação indígena nas negociações internacionais.

Nesse cenário de preparação para a COP-29, a discussão sobre as mudanças climáticas ganha relevância, com a busca por acordos e soluções que promovam a sustentabilidade e a justiça ambiental. A cobertura jornalística dos desdobramentos dessa temática será fundamental para informar a sociedade sobre os desafios e avanços na luta contra as mudanças climáticas.

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