Reunião na Câmara dos Deputados discute fechamento de agências da Caixa e impactos para os clientes e funcionários.

Na tarde de quinta-feira, dia 10 de outubro de 2024, a Comissão do Trabalho da Câmara dos Deputados recebeu representantes da Caixa Econômica Federal (CEF) para um debate sobre os avanços no atendimento digital aos clientes e a ampliação de postos físicos para transações presenciais. No entanto, o que deveria ser uma reunião informativa se transformou em um cenário de críticas e reclamações.

Enquanto a superintendente nacional de estratégia de clientes, canais e inovação da Caixa, Fernanda de Castro, destacava a importância da presença física da instituição em todo o território nacional, representantes de entidades de servidores e terceirizados expressavam preocupações e insatisfações. Segundo relatos, cerca de 120 agências foram fechadas, o que resultou em precarização do trabalho e até mesmo demissões, de acordo com a Federação Nacional das Associações de Pessoal da Caixa.

Para Sérgio Takemoto, presidente da Fenae, a decisão de fechar agências em regiões estratégicas para o sistema financeiro privado levanta questionamentos sobre o compromisso da Caixa com a sua função social. O foco da instituição em atendimentos presenciais via lotéricas também foi criticado pelo Sindicato dos Bancários de Brasília, que apontou condições precárias para os funcionários e questões de segurança.

Em um cenário de tensão e descontentamento, uma ação popular em São Paulo conseguiu reverter o fechamento de uma agência na zona leste da cidade. Geralda de Sales, presidente do Sindicom-DF, questionou os critérios adotados pela Caixa ao fechar agências mesmo apresentando lucro significativo no ano anterior.

Diante das denúncias de demissões e preocupações com postos de trabalho terceirizados, a Caixa garantiu que não há diretrizes para redução de funcionários, destacando inclusive a abertura de 70 novas unidades físicas em diversas regiões do país. A discussão foi encerrada com a sugestão da deputada Erika Kokay de uma nova rodada de negociações entre a Caixa e as entidades representativas, visando corrigir os problemas apontados durante a audiência na Câmara dos Deputados.

Com um concurso aberto para a contratação de aproximadamente 4 mil servidores, a Caixa se vê diante de desafios e críticas que colocam em xeque a sua missão social e a necessidade de conciliar esses princípios com as demandas do mercado financeiro. Acompanharemos os desdobramentos dessas discussões e os impactos nas políticas públicas articuladas pela instituição.

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