Repórter São Paulo – SP – Brasil

Atraso no diagnóstico de câncer de mama e colo uterino é desafio para o controle da doença no Brasil, apontam especialistas.

Especialistas alertam para atraso no diagnóstico do câncer de mama e colo do útero no Brasil

Na última quarta-feira (08/10/2024), um seminário realizado na Câmara dos Deputados reuniu especialistas para discutir um tema crucial: o atraso no diagnóstico do câncer de mama e colo do útero, que continua a representar um grande desafio para o controle da doença no Brasil. De acordo com os participantes do evento, existe uma demora de até seis meses entre a suspeita de um tumor e o início do tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS), o que pode impactar significativamente as chances de cura das pacientes.

A oncologista Susana Ramalho, do Hospital da Mulher da Universidade de Campinas (Unicamp), enfatizou que, nesse período de espera, as mulheres correm o risco de perder a oportunidade de cura da doença. Ela ressaltou que, em um serviço de tratamento adequado, o início do tratamento pode ocorrer em até 30 a 60 dias, mas o prazo se estende para 180 dias devido a questões burocráticas e falta de agilidade no sistema de saúde.

O câncer de mama já é a principal causa de morte entre as mulheres no Brasil, conforme destacou o presidente da comissão especial de Combate ao Câncer no Brasil, deputado Weliton Prado (Solidariedade-MG). Ele apontou que a cada 30 minutos uma mulher perde a vida devido a esse tipo de tumor, totalizando mais de 18 mil óbitos por ano. No entanto, o câncer de mama pode ser curado em até 95% dos casos se diagnosticado precocemente.

Outro ponto de destaque no seminário foi o câncer de colo do útero, que mata uma mulher a cada 25 minutos e é a segunda principal causa de morte por tumores malignos no país. A médica Gabriela Moreira ressaltou que este tipo de câncer é o único com prevenção eficaz, devido à existência da vacina contra o vírus HPV, oferecida gratuitamente pelo SUS.

Diante dos desafios enfrentados no diagnóstico e tratamento do câncer no Brasil, os participantes do seminário propuseram a criação de centros especializados que concentrem todas as etapas do processo, visando agilizar a entrega de resultados e garantir um tratamento mais eficaz. Além disso, especialistas defendem a realização de exames de detecção de mutações genéticas e acesso a medicamentos inovadores pelo sistema público, como forma de prevenção e tratamento mais eficiente.

O seminário faz parte das atividades do Outubro Rosa, campanha que visa conscientizar a população sobre a importância da prevenção e tratamento adequado do câncer de mama. A iniciativa foi organizada pela Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados, com a participação da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher.

Em resumo, o evento reforçou a necessidade de ampliação do acesso a exames preventivos, agilidade no diagnóstico e tratamento, e investimento em políticas públicas eficazes para combater o câncer de mama e colo do útero no Brasil. A conscientização e ações assertivas são fundamentais para salvar vidas e garantir a qualidade de vida das mulheres brasileiras.

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