CCJ da Câmara dos Deputados rejeita recurso de Chiquinho Brazão e processo segue para análise do Plenário

Na tarde desta segunda-feira (23), a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados tomou uma decisão crucial em relação ao deputado Chiquinho Brazão, do estado do Rio de Janeiro. Por 57 votos a 2, a CCJ rejeitou o recurso apresentado por Brazão contra a recomendação do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar de perda do seu mandato.

O deputado é acusado de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes em 2018, embora negue qualquer participação no crime. Sua defesa alegou parcialidade da relatora do Conselho de Ética, deputada Jack Rocha, e apontou violações ao contraditório e à ampla defesa. A defesa de Brazão também ressaltou que algumas testemunhas não foram ouvidas e que o fato em questão ocorreu antes do início do mandato do deputado na Câmara.

O processo agora segue para análise do Plenário, onde será necessário o apoio de pelo menos 257 deputados para a cassação do mandato. A votação será aberta e nominal, o que aumenta a pressão sobre os parlamentares.

Durante a sessão na CCJ, o deputado Chico Alencar, titular do Conselho de Ética, negou as alegações de cerceamento de defesa, afirmando que sete testemunhas da defesa foram ouvidas, e não apenas três como alegado pela defesa de Brazão. Já o relator na CCJ, deputado Ricardo Ayres, contestou os argumentos da defesa e destacou que o deputado teve várias oportunidades para exercer sua defesa ao longo do processo.

Ayres ressaltou que as manifestações públicas feitas pela relatora Jack Rocha estão protegidas pela liberdade de expressão e imunidade parlamentar, não comprometendo a imparcialidade do julgamento. Ele concluiu que o processo seguiu os trâmites do Código de Ética e que a ausência de algumas testemunhas não configura violação de direitos.

A decisão da CCJ é apenas um capítulo nesse complexo processo envolvendo Chiquinho Brazão e as acusações que pesam contra ele. A análise no Plenário promete gerar intensas discussões e polarizações entre os parlamentares, com repercussões significativas para a política nacional.

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