Repórter São Paulo – SP – Brasil

Brasil e Noruega assinam tratado para evitar dupla cobrança de tributos sobre os mesmos fatores em negócios entre os países

No último dia 11 de setembro de 2024, um importante Projeto de Decreto Legislativo (PDL) foi apresentado na Câmara dos Deputados, trazendo consigo o texto do acordo assinado entre o Brasil e a Noruega em 2022. Esse acordo tem como principal objetivo evitar a dupla tributação e a evasão fiscal entre os dois países, proporcionando maior segurança aos contribuintes que realizam negócios internacionais.

A proposta incluída neste PDL visa impedir a dupla cobrança de tributos sobre o mesmo fato gerador, tanto para brasileiros que investem na Noruega quanto para noruegueses que fazem negócios no Brasil. É importante ressaltar que acordos internacionais dessa natureza devem ser aprovados pelo Congresso Nacional, conforme determina a Constituição.

O novo tratado substituirá o acordo anterior, firmado em 1980, e incorpora as recomendações do Projeto sobre a Erosão da Base Tributária e Transferência de Lucros (Projeto BEPS) da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Essas recomendações visam evitar a transferência de lucros para países com baixas taxas de tributação.

Entre os pontos abordados no texto que está em análise na Câmara dos Deputados, destacam-se as definições de pessoas sujeitas ao acordo, as operações tributáveis, a tributação de serviços técnicos, a taxação de ganhos de capital e o intercâmbio de informações entre os fiscos dos dois países.

Além disso, o acordo bilateral conta com uma cláusula de nação mais favorecida, que estabelece que caso o Brasil firme um acordo com qualquer outro país da OCDE para reduzir ou isentar impostos sobre dividendos, juros, royalties e serviços técnicos, o mesmo benefício será automaticamente aplicado à Noruega.

O próximo passo para a aprovação desse projeto é sua análise pelas comissões de Finanças e Tributação, além da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ). Posteriormente, o projeto seguirá para votação no Plenário da Câmara e, caso seja aprovado, precisará passar também pelo crivo do Senado para se tornar lei.

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