Repórter São Paulo – SP – Brasil

Governo defende Plano Clima para reduzir emissões de metano durante audiência no Congresso Nacional. Associações pedem investimento em biogás.

Em uma audiência realizada no Congresso Nacional na última segunda-feira (26), o governo brasileiro defendeu o Plano Nacional de Mudança do Clima como uma ferramenta essencial para reduzir as emissões de metano, um dos principais gases de efeito estufa junto com o dióxido de carbono e o óxido nitroso. Durante o debate na Comissão Mista de Mudanças Climáticas, representantes de associações empresariais manifestaram a necessidade de investimento em biogás como uma alternativa sustentável.

O Brasil ocupa o quinto lugar no ranking global de emissores de metano, com grande parte das emissões provenientes de atividades agropecuárias, resíduos sólidos e mudanças no uso do solo e das florestas. O aumento das emissões brasileiras foi de 51% entre 1990 e 2019, o que demonstra a urgência de ações concretas para reduzir a pegada de carbono do país.

Durante a audiência, o representante do Ministério do Meio Ambiente, Érico da Rocha, ressaltou a importância do Plano Clima, que estabelece metas e ações de mitigação e adaptação do governo até 2035. Ele enfatizou que três planos setoriais serão desenvolvidos para abordar a questão do metano nas áreas de agricultura, pecuária, resíduos e energia, com o objetivo de atingir a neutralidade climática até 2050.

Além disso, foi destacado o potencial do biogás e do biometano como alternativas limpas e renováveis para reduzir as emissões de metano. O secretário de Economia Verde do Ministério do Desenvolvimento, Rodrigo Rollemberg, afirmou que a estratégia de descarbonização prevista no Pacto pela Transformação Ecológica e no Plano Nacional de Transição Energética abrirá novas oportunidades, principalmente nos setores agropecuário e de resíduos sólidos.

A Associação Brasileira de Biogás defendeu a aprovação de projetos de lei que incentivem o setor, como o Programa Nacional de Recuperação Energética de Resíduos e a regulamentação do mercado de carbono. A presidente da Comissão Mista de Mudanças Climáticas, deputada Socorro Neri, se comprometeu a engajar o Congresso para promover medidas que favoreçam a transição para uma economia mais sustentável.

Atualmente, o Brasil possui 1365 plantas de biogás com capacidade de gerar 11,2 milhões de metros cúbicos por dia, além de 31 plantas de biometano com capacidade diária de 1,6 milhão de metros cúbicos. No entanto, o país ainda está aquém do seu potencial máximo nesse campo, que é de 120 milhões de metros cúbicos por dia.

Diante desse cenário, é essencial que o governo, o setor privado e a sociedade civil se unam para promover a transição para uma economia de baixo carbono e, assim, contribuir efetivamente para a redução das emissões de gases de efeito estufa e para a preservação do meio ambiente.

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