PEC limita decisões monocráticas durante recesso do Judiciário para garantir equilíbrio entre os Poderes e agilidade na justiça

Na última quarta-feira, dia 22 de agosto de 2024, uma proposta de emenda à Constituição (PEC) foi apresentada na Câmara dos Deputados para limitar decisões monocráticas no Supremo Tribunal Federal (STF) e em outros tribunais superiores. A PEC 8/21, de autoria do senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) e aprovada pelo Senado no ano anterior, tem como objetivo proibir a concessão de decisões individuais que suspendam a eficácia de leis ou atos dos presidentes dos outros Poderes.

Decisões monocráticas são aquelas proferidas por um único magistrado, em contraposição às decisões colegiadas que são tomadas por um grupo de ministros ou desembargadores. O senador Oriovisto Guimarães, defensor da PEC, afirmou: “Eu luto por essa PEC há cinco anos. O equilíbrio dos Poderes voltará a este país. Eu espero que a Câmara dos Deputados não pare, continue. O Brasil precisa ser modificado”.

A proposta detalha o dispositivo da Constituição que determina que os tribunais só podem declarar a inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo do Poder Público através do voto da maioria absoluta de seus membros. No entanto, em casos de pedido formulado durante o recesso do Judiciário que implique a suspensão de eficácia de uma lei, será permitida a concessão de decisão monocrática em situações de grave urgência ou risco de dano irreparável. O tribunal deverá julgar o caso em até 30 dias após a retomada dos trabalhos.

Além disso, a PEC estabelece que as advocacias do Senado e da Câmara deverão se manifestar nos julgamentos sobre a inconstitucionalidade de leis. A proposta será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania para verificar sua constitucionalidade, e caso seja admitida, será analisada por uma comissão especial e votada em dois turnos pelo Plenário da Câmara.

Com isso, a proposta busca trazer mais equilíbrio e transparência no sistema judiciário brasileiro, limitando as decisões individuais em casos importantes que envolvem a eficácia de leis e atos dos Poderes Executivo e Legislativo. A expectativa é que a PEC contribua para fortalecer a democracia e a separação de poderes no país.

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