Repórter São Paulo – SP – Brasil

Organizações ambientais criticam aprovação de projeto que facilita desmatamento em áreas de preservação permanente pela CCJ da Câmara dos Deputados.

Na última semana, a polêmica envolvendo o Projeto de Lei 2.168/21 ganhou destaque na CCJ da Câmara dos Deputados, sendo duramente criticado por organizações ligadas ao meio ambiente. Aprovado por 37 votos a 13, o texto permite a derrubada de vegetação nativa em áreas de preservação permanente para a realização de obras de infraestrutura de irrigação e de bebedouros para animais, alterando o Código Florestal Brasileiro.

Essa medida foi vista como um retrocesso significativo na proteção ambiental do Brasil, colocando em risco a segurança hídrica, alimentar e a biodiversidade do país. Segundo o Observatório do Código Florestal, composto por 45 entidades voltadas para questões ambientais, o projeto prioriza interesses econômicos privados em detrimento do interesse público, especialmente em relação à água, um bem comum vital.

As críticas não param por aí. O Observatório argumenta que as APPs são essenciais para garantir a qualidade e quantidade de água, sustentabilidade da produção agropecuária e redução dos efeitos dos eventos climáticos extremos. Além disso, evidências científicas e técnicas da sociedade civil organizada respaldam a importância dessas áreas de preservação.

O texto aprovado na CCJ é visto como ignorante perante eventos climáticos extremos, como o desastre climático no Rio Grande do Sul e a crise hídrica na região amazônica. A relatora do projeto, deputada Coronel Fernanda, ressaltou a importância da medida para o agronegócio, argumentando que a irrigação é fundamental para garantir a continuidade da produção.

Apesar dos argumentos em prol do agronegócio, a aprovação do projeto continua gerando preocupações entre especialistas e ambientalistas. A falta de chuva em algumas regiões e a necessidade de armazenar água da chuva são pontos de discussão recorrentes. No entanto, o embate entre interesses econômicos e preservação ambiental ainda está longe de chegar a um consenso, deixando em aberto importantes questões sobre a sustentabilidade do país.

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