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Proposta de autonomia financeira do Banco Central é adiada na CCJ após pedido de vista do líder do governo no Senado

Na tarde desta quarta-feira (14), a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) foi palco de um adiamento inesperado. O senador Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado, pediu vista do processo, o que resultou na não realização da votação da proposta de emenda à Constituição (PEC 65/2023) que visa conceder autonomia orçamentária e financeira ao Banco Central (BC), transformando-o em uma corporação integrante do setor financeiro público.

A proposta, de autoria do senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), contava com o voto favorável do relator Plínio Valério (PSDB-AM), que apresentou um texto alternativo. Agora, o texto será analisado pela comissão e, caso aprovado, passará por dois turnos de votação no Plenário do Senado, necessitando de 49 votos favoráveis em cada um dos turnos.

A PEC 65/2023 busca incluir na Constituição a autonomia técnica, operacional, administrativa e financeira do Banco Central, já estabelecida por uma Lei Complementar de 2021. Além disso, a proposta busca transformar o BC em uma instituição de natureza especial organizada como corporação integrante do setor público financeiro, passando a exercer atividade estatal e sendo fiscalizada pelo Congresso Nacional com o auxílio do Tribunal de Contas da União (TCU).

Durante a apresentação do relatório, Plínio Valério introduziu novos dispositivos no texto e justificou as mudanças propostas para o Banco Central. O senador ressaltou a importância da concessão da autonomia orçamentária para o BC e as novas condições que o órgão passaria a ter.

Após a leitura do relatório, Jaques Wagner argumentou a necessidade de pedir vista do processo devido às alterações apresentadas no documento. O líder justificou que enviou o texto para consulta ao governo e, diante das respostas recebidas, solicitou mais tempo para analisar a proposta.

A PEC voltará à pauta na próxima reunião presencial da CCJ, conforme confirmado pelo presidente da comissão, o senador Davi Alcolumbre (União-AP). A decisão de adiar a votação demonstra a complexidade e importância do tema, que certamente seguirá suscitando debates e análises detalhadas nas próximas discussões.

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