Repórter São Paulo – SP – Brasil

Pesquisa revela perfil preocupante do caminhoneiro autônomo brasileiro e aponta desafios para o futuro do transporte de cargas

Na última terça-feira (13), durante uma audiência na Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados, foram apresentados dados alarmantes sobre a realidade dos caminhoneiros autônomos no Brasil. Uma pesquisa encomendada pela Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) revelou que, em sua maioria, esses profissionais são homens, têm em média 46 anos de idade, trabalham 12 horas por dia e recebem R$ 39,50 por hora trabalhada.

Os números obtidos pela pesquisa realizada pela AGP Pesquisas em maio deste ano refletem a situação precária em que se encontram esses trabalhadores que representam uma parcela significativa do transporte de carga no país. O assessor da CNTA, Alan Medeiros, destacou questões como o envelhecimento da categoria, a falta de segurança nas estradas e a necessidade de incentivos para que os caminhoneiros permaneçam na profissão.

Dentre os profissionais entrevistados, quase metade acredita que o governo federal não oferece ações efetivas para incentivar a permanência na atividade. Além disso, 54% dos caminhoneiros cogitam deixar a profissão, o que levanta dúvidas sobre o futuro do transporte rodoviário de cargas no país.

O presidente da CNTA, Diumar Bueno, ressaltou a importância de proporcionar condições dignas para os caminhoneiros, como remuneração justa, segurança nas estradas e renovação da frota. Ele também defendeu a eliminação de intermediários nas negociações de frete, visando a valorização e qualificação dos profissionais.

Durante a audiência, também foram abordadas questões relacionadas à infraestrutura das estradas brasileiras e a necessidade de instalação de mais pontos de parada e descanso. Representantes do governo federal reconheceram a gravidade da situação e alertaram para os desafios que o país pode enfrentar caso não haja investimentos adequados no setor de transporte rodoviário.

Diante desses dados preocupantes, fica evidente a urgência de medidas que garantam melhores condições de trabalho e segurança para os caminhoneiros autônomos. Valorizar esses profissionais é fundamental para manter o funcionamento do transporte de cargas no Brasil e evitar possíveis crises no setor.

Sair da versão mobile