Durante a reunião, o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Distrito Federal (Sincofarma), Erivan Araújo, apontou que as farmácias enfrentam desafios financeiros devido a 70% dos preços dos medicamentos serem controlados pelo governo. Ele destacou que o lucro líquido médio das farmácias independentes é pouco mais de R$ 4 mil por mês e expressou preocupação com a possível volta do piso salarial.
Para Araújo, o impacto de estabelecer um piso salarial afetaria não apenas os farmacêuticos, mas também os funcionários que não possuem formação na área. Por outro lado, o presidente da Federação Nacional dos Farmacêuticos, Fábio Basílio, comparou a situação em outros estados, como Goiás e Piauí, que possuem pisos salariais superiores aos de Brasília.
Durante a reunião, os representantes do setor farmacêutico expuseram casos de profissionais que recebem baixos salários, realizam atividades de limpeza e reposição de produtos, sofrem com jornadas de trabalho excessivas e desrespeito aos horários de descanso. Um farmacêutico presente na audiência relatou que, devido aos baixos salários, precisou pedir demissão e começar a trabalhar como motorista de aplicativo.
A deputada Erika Kokay (PT-DF) classificou como “injustificável” a falta de acordo com os trabalhadores há sete anos e garantiu que os relatos serão encaminhados ao Ministério Público do Trabalho. A representante do Conselho Federal de Farmácia, Gilcilene Chaer, complementou a discussão expondo as dificuldades enfrentadas por muitos profissionais da área.
Em um ambiente de debate acalorado, as diferentes perspectivas sobre a questão salarial dos farmacêuticos foram discutidas, mostrando a complexidade e sensibilidade dessa pauta. A busca por soluções que beneficiem tanto os profissionais quanto as empresas do setor se mostra como um desafio a ser enfrentado pelas autoridades competentes.