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Presidente Lula sanciona com vetos lei que altera reforma do ensino médio, mudanças entram em vigor a partir de 2025

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou nesta quinta-feira, dia 1º, a lei que altera a reforma do ensino médio, com a realização de alguns vetos. Uma das principais alterações foi em relação ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que não será mais responsável por avaliar os itinerários formativos, que são as cargas horárias optativas de estudo em áreas específicas ou formação técnico-profissional. Essa mudança estava prevista para entrar em vigor em 2027, mas foi rejeitada pelo presidente Lula.

As mudanças no ensino médio foram aprovadas no Congresso em julho, após meses de debates e críticas ao modelo antigo, que evidenciavam a falta de estrutura e o aumento das desigualdades entre as escolas. Além disso, a carga horária insuficiente para disciplinas obrigatórias, cobradas em vestibulares, era outra questão que gerava discordância.

A reforma do ensino médio havia sido aprovada em 2017 durante o governo de Michel Temer, com o objetivo de flexibilizar o currículo e torná-lo mais atrativo para os jovens, além de conectá-lo com o mercado de trabalho. No entanto, após pressões de entidades de professores e especialistas, o presidente Lula decidiu enviar um projeto de reformulação da reforma do ensino médio ao Congresso.

Ao justificar os vetos, o presidente afirmou que avaliar os estudantes nos itinerários formativos através do Enem poderia comprometer a equivalência das provas, afetar a isonomia nos processos seletivos e aumentar as desigualdades de acesso ao ensino superior. O ministro da Educação, Camilo Santana, defendia que o exame cobrasse apenas o conteúdo obrigatório, sem incluir os itinerários formativos.

Com as mudanças, a carga horária total do ensino médio permanece em três mil horas, sendo cinco horas de aula por dia e 200 dias letivos anuais. A formação básica, que inclui disciplinas tradicionais como Português, Matemática e História, passará de 1,8 mil horas para 2,4 mil horas. Já as disciplinas dos itinerários formativos terão a carga horária reduzida de 1,2 mil horas para 600 horas.

As disciplinas obrigatórias permanecem as mesmas, incluindo Português, Inglês, Artes, Educação Física, Matemática, Biologia, Física, Química, Filosofia, Geografia, História e Sociologia. Durante a tramitação do texto no Senado, o Espanhol foi incluído como disciplina obrigatória, porém essa inclusão foi derrubada pela Câmara dos Deputados.

As novas regras começarão a valer a partir de 2025 para os alunos do primeiro ano do ensino médio, estendendo-se para os demais anos nos anos seguintes. Secretários estaduais da Educação demonstraram preocupação com a demora do Legislativo em aprovar as mudanças, visto que elas terão impacto no planejamento do próximo ano letivo.

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