Repórter São Paulo – SP – Brasil

Rio de Janeiro lidera campanha por Áreas de Proteção ao Ciclismo no Brasil, com impacto positivo na segurança dos ciclistas.

A ciclista de estrada Tota Magalhães está prestes a competir nas Olimpíadas de Paris neste sábado (3), e independentemente do resultado que alcançar, a Comissão de Segurança no Ciclismo do Rio de Janeiro se sentirá vitoriosa. Magalhães destaca a importância das Áreas de Proteção ao Ciclismo de Competição (APCCs) como fundamentais para seu treinamento, algo que também foi proposto em São Paulo, mas acabou sendo rejeitado pela gestão de Ricardo Nunes, que tentou transferir os custos de utilização para os ciclistas.

As APCCs são apoiadas principalmente pela questão da segurança, já que muitos ciclistas, profissionais e amadores, estão sujeitos a acidentes ao treinarem nas rodovias. Um triste exemplo disso foi o atropelamento da triatleta Luisa Baptista durante um treino no interior paulista, o que a impediu de participar dos Jogos de Paris. Em resposta, a Prefeitura de São Paulo afirmou que incentiva a prática do ciclismo através de ações como empréstimo e reparo de bicicletas em centros esportivos municipais.

Raphael Pazos, um dos criadores das APCCs no Rio, enfatiza que as áreas não beneficiam apenas os ciclistas, mas também melhoram a segurança e a tranquilidade do trânsito nas redondezas. O projeto das APCCs no Rio teve início após a morte do ciclista Pedro Nikolay em 2013, e desde então cidades como Florianópolis, Recife e Salvador também adotaram a iniciativa.

Em São Paulo, a Aliança Bike identificou possíveis locais para a instalação das APCCs, como as marginais dos rios Tietê e Pinheiros e a Cidade Universitária. No entanto, devido a restrições da CET, apenas o circuito na zona norte foi considerado para testes, mesmo com a estimativa de que não afetaria o trânsito na região. Daniel Guth, diretor da Aliança Bike, ressalta as dificuldades enfrentadas pelos ciclistas na cidade, mencionando restrições em eventos como a Prova Ciclística 9 de Julho e a criação de taxas para passeios ciclísticos desde 2005.

A prefeitura de São Paulo garantiu que a Prova 9 de Julho já tem data reservada para o próximo ano, mas Renata Falzoni, cicloativista, acredita que as restrições nas APCCs em São Paulo refletem a intenção de transferir custos e responsabilidades para os ciclistas. Ela cita o caso da pista de BMX Caracas Trail em Carapicuíba, construída pela comunidade local e transformada em parque municipal após mobilização dos moradores. Essa pista revelou talentos como Gustavo Bala Loka, representante do Brasil nas Olimpíadas de Paris na modalidade.

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