Repórter São Paulo – SP – Brasil

Menina de 13 anos pressionada pela família e pela Justiça para não realizar aborto legal consegue acesso ao procedimento.

A polêmica envolvendo a decisão judicial que impediu a realização de um aborto legal para uma menina de 13 anos, vítima de estupro em Goiás, continua gerando intensas pressões por parte de seu pai, advogados e grupos antiaborto. Mesmo após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinar que a adolescente tenha acesso ao procedimento, a situação permanece incerta.

A decisão do STJ foi revelada pela imprensa e ocorreu no início da noite de quarta-feira. No entanto, no dia seguinte, a menina enfrentou protestos no Hospital Estadual da Mulher (Hemu) em Goiânia, promovidos por seu próprio pai, advogados e até mesmo por uma freira, todos contrários à interrupção da gravidez.

Relatos indicam que um padre tentou influenciar a mãe da adolescente a mudar de opinião e desencorajar o aborto legal. Mesmo diante de tanta pressão, a menina reafirma sua vontade de interromper a gestação resultante do estupro cometido por um homem de 24 anos.

O procedimento ainda não foi realizado devido à falta de estrutura no hospital estadual para realizar um aborto avançado, visto que a gravidez já alcançou a 27ª semana. Apesar da tentativa de transferir a adolescente para outro hospital, a disponibilidade de profissionais especializados limita as opções no Brasil.

A atuação de grupos antiaborto, incluindo advogados e médicos, levanta suspeitas de articulação para impedir o procedimento. A adolescente, que já havia manifestado o desejo de interromper a gravidez na 18ª semana, enfrentou resistências judiciais, mesmo com o apoio da Promotoria.

A decisão do STJ em favor do aborto legal destacou a necessidade de intervenção para garantir os direitos da vítima e cessar o constrangimento ilegal imposto a ela. A situação continua gerando debates e pressões, evidenciando a complexidade de questões envolvendo o direito à saúde reprodutiva e a proteção de vítimas de violência sexual.

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