Empresas devem investir em segurança no trabalho para reduzir judicialização da aposentadoria especial, aponta reunião na Câmara dos Deputados

Na quarta-feira, dia 3 de julho de 2024, a Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados reuniu 14 representantes de trabalhadores, empresas e juristas com o objetivo de buscar um consenso para reduzir a judicialização em torno da aposentadoria especial concedida a trabalhadores expostos a agentes nocivos à saúde. O debate girou em torno do Projeto de Lei Complementar (PLP) 42/23, proposto pelo deputado Alberto Fraga (PL-DF), que busca reduzir a idade mínima para a concessão do benefício e aumentar o valor para 100% da média das contribuições.

Durante a audiência pública, solicitada pelos deputados Pastor Eurico (PL-PE) e Erika Kokay (PT-DF), todos os convidados defenderam a regulamentação da aposentadoria especial, porém, apresentaram diferentes motivações e sugestões de ajustes. Rafael Kieckbusch, representante da Confederação Nacional da Indústria (CNI), enfatizou a importância de medidas preventivas por parte das empresas, ressaltando a necessidade de ambientes de trabalho mais seguros e saudáveis para evitar a necessidade da aposentadoria especial e, consequentemente, a causa de processos judiciais.

Diego Cherulli, do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDPREV), destacou a comparação de custos entre a aposentadoria especial e os benefícios por acidente. Segundo ele, o gasto do governo com o benefício pago por acidentes de trabalho é quase o mesmo que o da aposentadoria especial, indicando a necessidade de prevenção e garantia de vida no ambiente de trabalho.

Diversas categorias profissionais expuseram as dificuldades enfrentadas por seus trabalhadores em relação à exposição a agentes nocivos à saúde. Desde eletricitários expostos a choques até petroleiros lidando com ruídos e benzeno, a necessidade de regulamentação da aposentadoria especial é evidente. A Associação Nacional dos Auditores Fiscais (Anfip) defendeu a concessão do benefício com base na exposição ao risco e não por categoria, além de critérios técnicos na definição dos agentes nocivos.

O relator da proposta na Comissão da Previdência, Pastor Eurico, afirmou estar otimista em relação à possibilidade de alcançar consensos e ressaltou que o texto ainda passará por análises nas comissões de Finanças e Tributação, e de Constituição e Justiça e de Cidadania, antes de seguir para o Plenário da Câmara e, posteriormente, para o Senado Federal. A busca por melhorias no ambiente de trabalho e na concessão da aposentadoria especial é fundamental para garantir a segurança e o bem-estar dos trabalhadores.

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