Projeto de Lei garante acesso a serviços de reprodução humana assistida a mulheres com câncer e endometriose, aprovado pela Comissão de Saúde.

Na tarde de ontem, a Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados aprovou um importante projeto que visa garantir o acesso a serviços de reprodução humana assistida para mulheres em tratamento de câncer que possa afetar sua fertilidade ou com o diagnóstico de endometriose. A proposta, intitulada PL 1508/24, tem como objetivo transformar em lei a portaria do Ministério da Saúde que estabelece a Política Nacional de Atenção Integral em Reprodução Humana Assistida.

De acordo com o texto aprovado, os tratamentos deverão ser oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, caso a rede própria do SUS não tenha disponibilidade suficiente para atender a demanda, o Poder Público deverá recorrer aos serviços de reprodução humana assistida oferecidos pela iniciativa privada.

A iniciativa também prevê a criação de Centros de Reprodução Assistida públicos em todo o país, visando garantir um acesso mais amplo e democrático a esses serviços. A implementação da Política Nacional de Atenção Integral em Reprodução Humana Assistida se dará de forma compartilhada entre as esferas de governo, abrangendo todas as unidades da Federação.

A deputada Iza Arruda (MDB-PE), autora da proposta, ressaltou a importância de elevar a Política Nacional de Atenção Integral em Reprodução Humana Assistida para o patamar legal, estabelecendo diretrizes claras para sua implantação em todo o território nacional.

Durante a análise do projeto, a relatora Jandira Feghali (PCdoB-RJ) recomendou a inclusão de mulheres com endometriose no direito ao congelamento de óvulos. Ela destacou que a endometriose é uma condição que dificulta a gravidez e que, portanto, essas mulheres também devem ter acesso aos serviços de reprodução humana assistida.

O projeto agora seguirá para análise das comissões de Finanças e Tributação, e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Para se tornar lei, ainda precisa ser aprovado pelo Senado Federal. A proposta representa um avanço significativo na garantia dos direitos das mulheres em relação à saúde reprodutiva e ao acesso a tratamentos de fertilidade.

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