De acordo com um novo relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM), lançado recentemente, 2023 foi marcado por uma série de eventos climáticos extremos, como secas, ondas de calor, furacões e grandes inundações, que causaram prejuízos econômicos e afetaram a saúde e segurança alimentar das populações locais.
A secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, enfatizou que o ano foi de riscos climáticos recordes na região, provocados principalmente pelas condições de El Niño durante o segundo semestre, que contribuíram para um ano de calor recorde e exacerbaram muitos eventos extremos. Além disso, as mudanças climáticas induzidas pelo homem também tiveram participação nos impactos observados.
No Brasil, os impactos climáticos foram significativos, com destaque para a seca intensa e incêndios na região da Amazonas, onde o rio Negro atingiu o nível mais baixo de água desde 1902. Chuvas extremas e inundações também afetaram diferentes partes do país, resultando em mortes e deslocamentos em larga escala.
Além disso, ondas de calor foram registradas em diversas regiões do Brasil, com temperaturas acima de 41°C mesmo durante o inverno. O clima escaldante afetou não apenas a população, mas também a fauna, levando à morte de mais de 150 botos no lago Tefé, na Amazônia, devido ao aumento da temperatura da água.
O relatório alerta ainda sobre o aumento do nível do mar, uma ameaça para as áreas costeiras da América Latina e do Caribe, incluindo o Brasil. Mudanças nos padrões de chuva e temperaturas mais quentes também têm favorecido a disseminação de doenças transmitidas por mosquitos, como dengue e malária, aumentando os riscos à saúde da população.
Diante desse cenário, a OMM destaca a necessidade de investimentos em serviços meteorológicos e hidrológicos na região, para melhorar a capacidade de prever e lidar com os impactos das mudanças climáticas, visando proteger a população e o meio ambiente.