Brasil busca mais acesso a fundos climáticos no G20 para investimento em transição energética e justiça climática

O Brasil está à frente da presidência do G20 e busca desbloquear o fluxo financeiro dos fundos internacionais para investimentos em mitigação e adaptação climática. Em um seminário da Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados, realizada nesta terça-feira (07), representantes do governo e da sociedade civil defenderam estratégias para lidar com as catástrofes ambientais que estão se tornando cada vez mais frequentes.

Ivan Oliveira, Subsecretário de Financiamento ao Desenvolvimento Sustentável do Ministério da Fazenda, lidera um grupo de trabalho do G20 que foca no acesso aos recursos dos fundos climáticos multilaterais. Ele ressaltou a importância de garantir que esses recursos cheguem aos países de forma mais eficiente e menos burocrática. Atualmente, os fundos contam com cerca de 15 bilhões de dólares, mas há projeções de que esse valor possa dobrar nos próximos cinco anos.

Cláudio Fernandes, representante do grupo de engajamento da sociedade civil (C20) no G20, criticou a falta de acesso ao Fundo Global Verde, que tem um montante de cerca de US$ 100 bilhões, mas distribuiu apenas cerca de US$ 4 bilhões em projetos de mitigação e adaptação climática. Diante da crescente urgência das mudanças climáticas, estimativas da Agência Internacional de Energia apontam que seriam necessários investimentos de US$ 4 trilhões por ano em energia limpa para garantir a transição energética até 2050.

Além do foco em acesso aos fundos climáticos, o Brasil também busca incentivar planos nacionais de transição energética. Pedro Ivo da Silva, representante do Itamaraty na Força-Tarefa para Mobilização Global contra a Mudança do Clima, destacou a importância de usar o Plano de Transição Ecológica brasileiro como referência para atrair mais recursos e investimentos no combate às mudanças climáticas.

A deputada Talíria Petrone (Psol-RJ) ressaltou a necessidade do G20 incorporar o debate econômico ao debate climático, destacando a importância de discutir orçamento, reforma tributária, prioridades políticas e modelos econômicos que impactam diretamente na vida das pessoas.

O Brasil também sediará a décima edição do P20, as reuniões de parlamentares do G20, com destaque para discussões sobre a postura dos parlamentares em relação às políticas públicas de combate às mudanças climáticas. A deputada Socorro Neri (PP-AC) defendeu a aprovação de projetos de lei relacionados à educação climática, estado de emergência climática e novos recursos para desastres naturais.

Por fim, Carolina Pereira, do Geledés – Instituto da Mulher Negra, apresentou propostas para que o G20 leve em conta nas discussões a justiça climática e racial, destacando a importância de reconhecer os impactos climáticos nas diferentes raças e gêneros, além de políticas públicas com enfoque na raça e gênero nos planos de adaptação.

Em resumo, o Brasil está buscando liderar discussões e ações concretas no G20 para enfrentar as consequências das mudanças climáticas e promover um futuro mais sustentável e justo para todos.

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