Negociações globais sobre poluição plástica se estendem no Canadá em busca de limitar produção e promover sustentabilidade.

Durante uma semana de intensas negociações em Ottawa, no Canadá, representantes de diversos países buscaram chegar a um consenso sobre um futuro tratado global da ONU para combater a poluição plástica. As discussões se estenderam até a madrugada desta terça-feira (30) e, apesar de não terem chegado a um acordo final, os países concordaram em continuar os debates em reuniões específicas até a cúpula final, que está marcada para começar em 25 de novembro em Busan, na Coreia do Sul.

Um dos pontos mais debatidos foi a questão de limitar a quantidade de plástico produzido, com alguns países defendendo a necessidade de estabelecer um nível sustentável para a produção de plástico. No entanto, não foi possível chegar a um consenso sobre esse tema em Ottawa. Enquanto alguns países apoiaram a proposta de avaliar um nível sustentável para a produção de plástico, outros se opuseram a limitar a produção, argumentando que o foco deveria estar na gestão de resíduos plásticos e no design de produtos.

Os esforços contra a produção de plástico enfrentaram resistência de países produtores de petroquímicos, como Arábia Saudita e China, além de grupos industriais que fizeram lobby durante as discussões. Apesar das divergências, mais de 50 países se comprometeram a levar adiante o esforço do tratado para incluir limites para a produção de plástico.

Enquanto os debates continuavam em Ottawa, a Primeira Nação Aamjiwnaang, uma comunidade indígena localizada na mesma província canadense, declarou estado de emergência devido a um vazamento industrial de benzeno, substância causadora de câncer. Membros da comunidade alertaram para a urgência de medidas efetivas para combater a poluição plástica e proteger a saúde das pessoas.

As discussões em Ottawa abordaram também a necessidade de identificar produtos químicos plásticos perigosos para a saúde e itens que promovem desperdício, como recipientes de uso único. Os países concordaram em buscar fontes de financiamento para auxiliar as nações em desenvolvimento a implementar o tratado e estabelecer um processo para avaliar a produção de plástico no futuro. A expectativa é que o tratado final, a ser fechado em Busan, tenha um impacto significativo na redução da poluição plástica globalmente.

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