Número de mortes por policiais militares em São Paulo dispara no primeiro trimestre de 2024, com aumento de 138% em relação ao ano anterior.

No primeiro trimestre deste ano, o estado de São Paulo registrou um aumento significativo no número de mortes causadas por policiais militares em serviço. De acordo com dados oficiais divulgados pela Secretaria de Segurança Pública, foram 179 casos nos primeiros três meses de 2024, em comparação com 75 no mesmo período do ano anterior, representando um crescimento de 138%.

A operação Verão, realizada pela PM na Baixada Santista e finalizada em abril, pode ter contribuído para essa escalada de óbitos. A incursão da polícia na região foi intensificada após a morte do soldado Samuel Wesley Cosmo, gerando críticas à atuação policial. Denúncias de abusos cometidos durante a operação levaram a Conectas Direitos Humanos e a Comissão Arns a apresentarem queixas ao Conselho de Direitos Humanos da ONU.

Diante das críticas, o governador Tarcísio de Freitas afirmou que não se importa com as denúncias de abusos e defendeu as ações policiais. No entanto, o cientista político e pesquisador Eduardo Viveiros de Freitas critica a falta de comando na polícia paulista, defendendo a necessidade de uma política de segurança pública que garanta a proteção da população.

Além disso, o Gaesp, grupo do Ministério Público de São Paulo, abriu uma investigação para apurar denúncias de que os mortos na operação estariam sendo levados como vivos para hospitais. A Operação Verão já é considerada a segunda ação mais letal da história da polícia de São Paulo, ficando atrás apenas do massacre do Carandiru em 1992.

O governo de Tarcísio de Freitas divulgou que, desde dezembro, mais de mil infratores foram presos, sendo que 56 criminosos entraram em confronto com as forças policiais e morreram. No entanto, a pasta não se manifestou sobre os dados divulgados recentemente.

Diante desse cenário alarmante, críticas e investigações, a sociedade civil cobra respostas e ações efetivas das autoridades responsáveis pela segurança pública no estado de São Paulo. A necessidade de um debate amplo sobre as políticas de segurança e a atuação das forças policiais se faz urgente para garantir a proteção e os direitos dos cidadãos.

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