Onda de invasões preocupa moradores do Pacaembu, em São Paulo, e mobiliza a comunidade para evitar novos casos.

No último domingo, duas casas vizinhas foram invadidas no bairro do Pacaembu, em São Paulo, causando mobilização entre os moradores para evitar novos casos. Os imóveis estavam desabitados e foram alvos de cerca de 30 invasores em ações organizadas, capturadas por câmeras de segurança. A polícia investiga a relação entre essas invasões e outras cinco ocorrências semelhantes na região este ano.

Um dos proprietários conseguiu expulsar os invasores com auxílio da Polícia Militar, enquanto o outro só tomou conhecimento do ocorrido no dia seguinte. As invasões ocorreram num intervalo de cinco dias e levaram os moradores a se unirem para monitorar imóveis vazios e evitar novos casos. O bairro do Pacaembu, conhecido por seus casarões, enfrenta um aumento na desocupação devido à preferência por apartamentos e ao alto valor do IPTU.

A moradora e advogada Quil Dulci lidera uma rede de segurança entre os vizinhos, que inclui grupos de mensagens, câmeras de vigilância e segurança privada para enfrentar a crescente insegurança na região. Imagens de câmeras de segurança mostram os invasores levando móveis e eletrodomésticos para dentro dos imóveis, além de ligações clandestinas na rede de água e de iluminação.

O advogado dos proprietários aguarda decisão judicial para a reintegração de posse do imóvel ocupado, enquanto a Defensoria Pública e o Ministério Público foram intimados devido a possíveis vulnerabilidades econômicas das pessoas envolvidas no conflito. Os vizinhos reclamam do barulho e da perturbação causados pelos invasores, que não possuem vínculos com movimentos por moradia organizados na região.

Enquanto isso, a região central da cidade também enfrenta casos de invasões, como o prédio abandonado em Perdizes ocupado por cerca de 20 pessoas na semana passada. O coordenador da FLM, movimento que luta por moradia na região central desde 2003, destaca a falta de compromisso dos invasores do Pacaembu com a causa da moradia popular. A situação continua sob investigação e acompanhamos de perto os desdobramentos desse conflito urbano.

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