Projeções do FMI indicam dívida pública brasileira atingindo patamares comparáveis a Egito e Ucrânia até 2026

O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou projeções preocupantes para a situação fiscal do Brasil nos próximos anos. Segundo o relatório Monitor Fiscal, o país enfrentará déficits primários até o final do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com a dívida pública alcançando níveis comparáveis aos de nações como Egito e Ucrânia.

De acordo com as estimativas do FMI, o Brasil terá um déficit primário de 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024 e de 0,3% em 2025. Somente em 2026 é que o país atingirá o equilíbrio das contas, segundo as projeções da instituição. A partir de 2027, espera-se um retorno ao superávit, com 0,4% do PIB, e melhorias progressivas nos anos seguintes.

Essas novas projeções do FMI representam uma piora em relação às estimativas anteriores, divulgadas em outubro. O relatório aponta um aumento da dívida pública bruta do Brasil, que deve atingir 86,7% do PIB em 2024, ante 84,7% em 2023. A previsão é de que a dívida continue crescendo e chegue a 90,9% do PIB em 2026.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, justificou as mudanças nas metas fiscais como um ajuste necessário para garantir a estabilidade da dívida no médio prazo. No entanto, o FMI não acredita que o novo arcabouço fiscal será suficiente para conter o avanço da dívida, que continuará em alta nos próximos anos.

Essa perspectiva de aumento do endividamento coloca o Brasil em uma posição desfavorável em relação a outros países emergentes, com a dívida como proporção do PIB superando a média estimada para essas nações. Até mesmo a Argentina, segundo as projeções do FMI, estaria em uma situação um pouco melhor em termos de endividamento.

A dívida bruta como proporção do PIB é um indicador crucial de solvência e é de interesse de agências de classificação de risco. O FMI ressalta que seus cálculos levam em consideração títulos do Tesouro detidos pelo Banco Central, que não são contabilizados pelo governo brasileiro. Nesse contexto, as projeções do Fundo apontam para desafios significativos para a trajetória fiscal do Brasil nos próximos anos.

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