Governo busca previsibilidade nas compensações tributárias para cumprir Orçamento de forma eficiente

Na última terça-feira, 16 de abril de 2024, senadores e deputados aprovaram em uma comissão mista a Medida Provisória 1202/23, que limita a compensação tributária para créditos provenientes de decisões judiciais transitadas em julgado. Essa proposta, editada em dezembro de 2023 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, originalmente tratava do fim da desoneração da folha para 17 setores da economia e para prefeituras, porém, muitos itens foram excluídos do texto e encaminhados para projetos de lei separados.

O ponto principal da discussão era a limitação da compensação de créditos tributários e o fim do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), criado para ajudar na recuperação do setor afetado pela pandemia. Após um acordo entre governo e oposição, a parte referente ao Perse foi retirada do texto, sendo abordada em um novo projeto de lei em tramitação na Câmara dos Deputados.

O relator da medida, deputado Rubens Pereira Júnior (PT-MA), explicou que a limitação da compensação de créditos tributários é vista pelo governo como uma maneira de aumentar a previsibilidade das receitas da União. Sob essa nova regra, contribuintes que tenham direito a receber valores cobrados indevidamente pela União, por decisão judicial definitiva, poderão optar por compensar esses valores com débitos tributários futuros, desde que observem o limite estabelecido em ato do Ministério da Fazenda.

Segundo o relator, a falta de previsibilidade nas compensações dificultava o cumprimento do Orçamento aprovado pelo Congresso, pois no ano anterior foram compensados R$ 60 bilhões, sem previsão no Orçamento, o que gerou dificuldades para equilibrar as contas públicas. Para este ano, a previsão é de R$ 70 bilhões a serem compensados, com metade desse valor sendo destinado aos pequenos contribuintes, com até R$ 10 milhões em créditos a compensar.

A Medida Provisória agora segue para votação no Plenário da Câmara dos Deputados e, se aprovada, ainda precisará passar pelo Senado, com prazo para a votação até 31 de maio. A relatoria se compromete a atender aos interesses da maioria dos membros da comissão e buscar a melhor solução para a questão da compensação tributária.

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