Repórter São Paulo – SP – Brasil

Senado analisa projeto que obriga presos a trabalhar e indenizar vítimas antes da progressão do regime, com gerenciamento por entidades privadas.

O Senado está em análise de um projeto de lei que propõe mudanças significativas no sistema carcerário brasileiro. O PL 352/2024, de autoria do senador Alan Rick, tem como objetivo obrigar os presos a trabalhar e indenizar os danos causados pelo crime antes de terem direito à progressão do regime.

A proposta, que aguarda o relatório do senador Sergio Moro na Comissão de Segurança Pública, altera a Lei de Execução Penal de 1984. Atualmente, os presos têm direito à progressão para regimes menos rigorosos com base na “boa conduta carcerária”. No entanto, o projeto do senador Alan Rick acrescenta uma nova condição para a obtenção desse benefício: o pagamento da indenização referente aos danos causados pelo crime.

Segundo o senador, essa medida visa incentivar o trabalho dentro das prisões como forma de reintegração do preso à sociedade. Para ele, é fundamental que o apenado compreenda as consequências de seus atos e demonstre interesse na ressocialização para ter direito à progressão de regime.

Além disso, o PL 352/2024 propõe que entidades privadas também possam gerenciar o trabalho dos detentos, ampliando essa possibilidade além das fundações ou empresas públicas atualmente autorizadas. Com a entrada de entidades privadas nesse cenário, a arrecadação proveniente da venda de produtos fabricados pelos presos seria destinada à entidade responsável pelo gerenciamento do trabalho prisional.

O senador Alan Rick justifica a inclusão das entidades privadas no projeto, argumentando que o Estado não tem estrutura suficiente para garantir o controle do trabalho dos detentos. O texto, se aprovado na Comissão de Segurança Pública, seguirá para a Comissão de Constituição e Justiça. Essas mudanças representam uma tentativa de melhorar o sistema carcerário brasileiro, buscando a ressocialização dos presos e a redução da reincidência criminal.

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