Protocolo do SUS para tratamento do edema macular diabético é questionado em audiência na Câmara dos Deputados nesta quinta-feira.

Na tarde desta quinta-feira, médicos e representantes de entidades médicas participaram de uma audiência pública na Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados para discutir os desafios enfrentados pelos pacientes de edema macular diabético (EMD) no Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo os profissionais, algumas necessidades não são atendidas pelos protocolos clínicos do SUS, o que dificulta o tratamento adequado da doença.

A retinopatia diabética, complicação do diabetes mellitus, é considerada a principal causa de cegueira em pessoas em idade produtiva. Quando as lesões de retinopatia acometem a mácula, região central da retina, provocam o edema macular, que pode levar à cegueira se não for diagnosticado e tratado precocemente. Entre os tratamentos previstos estão injeções intravítreas, fotocoagulação a laser e colírios de corticoides.

No entanto, o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas em Retinopatia Diabética (PCDT) não contempla todas as necessidades dos pacientes, especialmente em casos que necessitam de implantes, procedimento que não está disponível no SUS. O deputado Dr. Zacharias Calil (União-GO), que solicitou a audiência pública, ressaltou a importância de atualizar os protocolos clínicos do SUS para garantir o diagnóstico, tratamento e acompanhamento adequados do edema macular.

O Brasil ocupa a sexta posição entre os países com mais casos de diabetes, e a previsão é que o número de pessoas com a doença continue aumentando nos próximos anos. Atualmente, o país conta com um número significativo de oftalmologistas e endocrinologistas, porém a maioria está concentrada nas grandes cidades, deixando as populações do interior desassistidas.

Diante desse cenário, é fundamental investir em programas de prevenção e conscientização sobre a retinopatia diabética e suas complicações. A falta de sensibilidade de clínicos gerais e endocrinologistas em encaminhar os pacientes para o oftalmologista é apontada como um dos desafios a serem superados. Além disso, a detecção precoce da doença e o acesso ao tratamento adequado são essenciais para evitar complicações graves e preservar a visão dos pacientes.

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