A desaceleração nos serviços foi impulsionada principalmente pelo fim do impacto dos reajustes nas mensalidades escolares, que geralmente ocorrem em fevereiro. Além disso, houve uma queda nos preços das passagens aéreas e pacotes turísticos. O gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE, André Almeida, destacou que o fim das férias também contribuiu para a redução nos preços dos serviços turísticos no mês.
No acumulado em 12 meses, a inflação de serviços registrou uma queda, passando de 5,25% em fevereiro para 5,09% em março, o menor patamar desde janeiro de 2022. Embora o mercado de trabalho aquecido possa influenciar a demanda por produtos e serviços, o IPCA ainda apresenta uma taxa de inflação de serviços em desaceleração.
A economista Claudia Moreno, do C6 Bank, ressaltou que a inflação de serviços continua sendo uma preocupação para o mercado devido ao aquecimento do mercado de trabalho, o que pode representar um risco altista para os juros. O aumento no preço dos planos de saúde e de produtos farmacêuticos, como antibióticos e analgésicos, foram os destaques no mês de março.
Por outro lado, os reajustes nos preços dos alimentos foram mais moderados em março, com um aumento de 0,53% nos gastos com alimentação e bebidas. Os preços dos alimentos têm sido impactados por influências climáticas sazonais, agravadas este ano pelo fenômeno El Niño, o que prejudicou a oferta de alguns itens alimentícios.
Em resumo, a inflação de serviços apresentou sinais de desaceleração em março, refletindo o cenário econômico atual marcado pela recuperação do mercado de trabalho e pelos impactos climáticos nos preços dos alimentos. Ainda assim, os analistas continuam atentos aos riscos econômicos e às pressões inflacionárias que podem surgir nos próximos meses.