Dinheiro bloqueado na Suíça ligado a Paulo Maluf está a caminho do Brasil após ação da AGU – Entenda o caso

O ex-prefeito de São Paulo e ex-deputado federal Paulo Maluf, de 92 anos, está prestes a ter aproximadamente R$ 82 milhões repatriados da Suíça para o Brasil. A Justiça do país europeu determinou a devolução do dinheiro em setembro do ano passado, atendendo a um pedido da Advocacia Geral da União (AGU). Após um período de recursos, a decisão foi ratificada em março deste ano, estabelecendo um prazo de 30 dias para o envio da quantia.

Esse valor se soma a outros R$ 220 milhões que já foram devolvidos por Maluf e sua família aos cofres públicos, após uma condenação por desvio de verba na construção da avenida Água Espraiada, atualmente conhecida como Jornalista Roberto Marinho. O ex-prefeito foi condenado em 2017 pela Primeira Turma do STF por lavagem de dinheiro, em um esquema que teria desviado cerca de US$ 300 milhões, equivalente a R$ 1,5 bilhão nos dias atuais.

A investigação do Ministério Público Federal revelou que o esquema de corrupção envolveu transações no exterior visando lavagem de dinheiro e repatriação dos desvios. Em relação à pena de Maluf, o ex-político começou a cumpri-la em domicílio no início de 2018, mas em 2022 o ministro Edson Fachin concedeu liberdade condicional, sendo declaradas extintas as penas privativas de liberdade em 2023.

Além disso, a Prefeitura de São Paulo recebeu um depósito de mais de R$ 150 milhões da empresa da família Maluf, a Eucatex, como parte de um acordo para restituição dos valores desviados. A empresa precisou de apoio financeiro do Banco BTG Pactual para cumprir a sentença, e outros pagamentos foram realizados posteriormente, totalizando R$ 220 milhões.

Com a liberação de mais R$ 82 milhões da Suíça para o Brasil, o montante devolvido por Maluf chega a R$ 302 milhões. A defesa do ex-prefeito sempre negou seu envolvimento em esquemas de desvio de verbas, e durante o julgamento no Supremo Tribunal Federal argumentou falhas processuais que teriam influenciado na decisão da corte. É importante ressaltar que a investigação e a busca por justiça nesse caso de corrupção continuam sendo conduzidas pelas autoridades competentes.

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