Ailton Krenak toma posse na Academia Brasileira de Letras representando a pluralidade indígena em cerimônia no Rio de Janeiro.

O renomado ambientalista, filósofo e poeta Ailton Krenak foi empossado na última sexta-feira (5) na Academia Brasileira de Letras, durante uma cerimônia realizada na sede da instituição no Rio de Janeiro. Krenak assumiu a Cadeira 5, anteriormente ocupada pelo historiador José Murilo de Carvalho, falecido em agosto de 2023.

O evento de posse contou com a presença dos ministros dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, e da Cultura, Margareth Menezes. Destacaram-se na cerimônia os membros da ABL como Heloísa Teixeira, Arnaldo Niskier, Fernanda Montenegro e Antonio Carlos Secchin. A comissão que acompanhou a entrada de Krenak na Academia foi composta por Edmar Lisboa Bacha, Joaquim Falcão e Ruy Castro, enquanto a comissão de saída foi formada por Ana Maria Machado, Geraldo Carneiro e Antônio Torres.

Durante seu discurso, Krenak destacou a representatividade indígena que assume ao integrar a Academia Brasileira de Letras. Ele ressaltou a pluralidade cultural dos povos indígenas do Brasil, mencionando mais de 300 etnias que compõem esse universo diverso.

Ailton Krenak nasceu em Itabirinha, Minas Gerais, em 1953, e ao longo de sua vida se destacou como ambientalista, filósofo, poeta, escritor e recebeu títulos honoríficos de diversas universidades brasileiras. Sua atuação é marcada pelo ativismo socioambiental e pela defesa dos direitos dos povos indígenas, sendo um dos fundadores da Aliança dos Povos da Floresta e da União das Nações Indígenas.

Além de sua contribuição acadêmica, Krenak é autor de mais de 15 livros, amplamente traduzidos e reconhecidos internacionalmente. Entre suas obras mais conhecidas estão “A vida não é útil” (2020), “Futuro ancestral” (2022) e “Ideias para adiar o fim do mundo” (2019). Em 2020, recebeu o Prêmio Juca Pato de Intelectual do Ano, concedido pela União Brasileira dos Escritores.

Atualmente, o renomado ambientalista reside na Reserva Indígena Krenak, localizada em Resplendor, Minas Gerais, onde continua a contribuir para o debate sobre questões socioambientais e culturais relevantes para a sociedade brasileira. Sua posse na Academia Brasileira de Letras representa não apenas um reconhecimento de seu trabalho, mas também uma celebração da diversidade e pluralidade da cultura brasileira.

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