Senado discute atualização do Código Civil para proteger famílias homoafetivas e regular inteligência artificial.

O Senado Federal está em discussão para regulamentar o uso de inteligência artificial, a responsabilização de plataformas por vazamento de dados e ampliação da proteção a famílias formadas por pessoas do mesmo sexo. Essas propostas fazem parte de um relatório preliminar de atualização do Código Civil, elaborado por uma comissão de juristas designada pelo presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O prazo para a finalização do documento é até abril, e posteriormente os assuntos serão debatidos pelos parlamentares.

Nos bastidores do Congresso, a expectativa é de que o projeto apresentado pela comissão gere divisões entre os senadores, especialmente em questões relacionadas a gênero e família. De forma reservada, membros da comissão, que conta com ministros do STJ, afirmam que se trata de um trabalho técnico para aprimorar a legislação atual, porém há o receio de que trechos da proposta possam causar polêmica e debates ideológicos.

No que diz respeito aos relacionamentos homoafetivos, o relatório sugere a retirada de menções a homem e mulher nas questões legais de uniões estáveis, propondo uma redação que inclua relações entre “duas pessoas”. O atual Código Civil, aprovado em 2002, ainda menciona que o casamento ocorre entre “o homem e a mulher”, o que já é entendido como desatualizado.

Além disso, o relatório propõe a autorização de divórcios realizados de forma unilateral em cartório, permitindo que uma das partes do casal manifeste a vontade de se separar sem a necessidade de mediação judicial. Essas questões prometem ser polêmicas e dividir opiniões no Senado durante os debates entre os parlamentares.

Outro ponto relevante da proposta é a ampliação do conceito de família previsto no Código Civil, assegurando direitos a diferentes tipos de grupos familiares, como aqueles com “convívio estável, contínuo, duradouro e público”, famílias monoparentais e famílias não conjugais.

No campo da tecnologia, o texto preliminar dos juristas inclui a responsabilização civil de plataformas digitais por vazamento de dados dos usuários e uma regulamentação específica para o uso de inteligência artificial. A intenção é atualizar as regras do Código Civil para acompanhar as transformações da sociedade digital e colocar o país na vanguarda em termos jurídicos. O ministro Luís Felipe Salomão, presidente da comissão, destaca a importância dessa atualização para a transição do mundo jurídico analógico para o digital. Role para ver mais

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