A cobertura florestal é responsável por mais de 92% desse ecossistema, que desempenha um papel crucial na sustentabilidade das comunidades tradicionais. Essas comunidades dependem dos animais que habitam os manguezais para alimentação e fonte de renda, criando uma relação intrínseca entre homem e natureza.
A partir deste domingo, a série de reportagens “Mangues Amazônicos” publicada pela Folha, abordará como as comunidades quilombolas, ribeirinhas e indígenas desempenham um papel fundamental na resiliência desse ecossistema, especialmente na preservação dos caranguejos, espécie emblemática da região.
Com o apoio do Rainforest Journalism Fund do Pulitzer Center, a série destacará a importância das Resex (reservas extrativistas) marinhas na região costeira da Amazônia, que vai desde o Amapá até o Maranhão. No entanto, essas localidades enfrentam diversas pressões, como o impacto de embarcações estrangeiras e a pesca predatória.
Um exemplo é a Resex de Caeté-Taperaçu, próxima a Bragança, no Pará, que tem sido afetada por esses problemas, ameaçando os estoques pesqueiros e a recuperação do ecossistema estuarino. Já na Resex de Soure, na Ilha do Marajó, comunidades quilombolas enfrentam desafios relacionados à demarcação de terras e à preservação de sua subsistência.
A série de reportagens, baseada em entrevistas com a população local, cientistas e órgãos de preservação ambiental, também abordará a importância da região nas discussões sobre a exploração de petróleo na bacia Foz do Amazonas, almejada pela Petrobras e pelo governo Lula. Uma região rica em biodiversidade, mas também vulnerável a diferentes pressões ambientais e econômicas.