Relatório da OMM aponta aumento das ondas de calor nos oceanos e alerta para deterioração dos ecossistemas marinhos.

Em um recente relatório divulgado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), foram confirmados dados alarmantes sobre a situação dos oceanos em todo o mundo. O documento apontou que a última década foi a mais quente da história, com ondas de calor marítimas cada vez mais intensas e uma aceleração preocupante da acidificação oceânica.

As águas, que cobrem mais de 70% da superfície terrestre, desempenham um papel crucial na regulação do clima global. Durante anos, os oceanos absorveram grande parte da energia acumulada no sistema atmosférico, ajudando a manter as temperaturas globais em um patamar menos elevado. No entanto, os dados mais recentes indicam uma rápida deterioração das condições dos mares, com um aumento significativo das ondas de calor e o branqueamento em massa dos recifes de coral.

A secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, enfatizou a preocupação com a situação, destacando a irreversibilidade das mudanças uma vez estabelecidas. As ondas de calor marinhas têm provocado não apenas o branqueamento dos corais, mas também a expulsão das algas que vivem em seus tecidos, tornando os ecossistemas marinhos mais vulneráveis a diversas ameaças.

Além disso, os níveis recordes de acidificação dos oceanos, resultado da absorção de altas concentrações de dióxido de carbono, têm contribuído para deteriorar ainda mais esses ecossistemas. Diante desse cenário preocupante, cientistas de todo o mundo têm alertado para a urgência de reforçar a proteção dos oceanos.

Em 2023, foi firmado um tratado no âmbito da ONU visando a preservação do alto-mar, com o compromisso de proteger pelo menos 30% dos oceanos até 2030. No entanto, até o momento, apenas dois países ratificaram o acordo, evidenciando a necessidade de mais engajamento e colaboração global.

A Cúpula Mundial dos Oceanos, realizada em março em Lisboa, reforçou a importância da proteção dos ecossistemas marinhos e a necessidade de acelerar os processos para garantir a preservação baseada na melhor evidência científica. A falta de financiamento e a negligência em relação à importância dos oceanos na agenda internacional têm sido apontadas como entraves para a implementação de medidas eficazes de conservação.

Diante desse panorama, é fundamental que os países se comprometam efetivamente com a proteção dos oceanos e que as discussões realizadas em fóruns internacionais se traduzam em ações concretas para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas e pela degradação dos ecossistemas marinhos.

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