Presidente do Banco Central esclarece debate interno sobre ritmo de flexibilização monetária antes de próxima reunião do Copom.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, esclareceu em coletiva de imprensa nesta quinta-feira que a discussão sobre a necessidade de reduzir o ritmo do ciclo de flexibilização monetária não estava diretamente ligada à próxima reunião do Copom, marcada para junho. Segundo Campos Neto, a intenção do BC era aumentar a transparência dos debates que ocorrem no colegiado, como revelado na última ata.

Na reunião anterior, alguns diretores do Copom argumentaram que, caso a incerteza permaneça elevada no futuro, um ritmo mais lento de corte de juros poderia ser mais apropriado. Campos Neto ressaltou que, apesar dos questionamentos sobre o ritmo e o caminho do ciclo, as decisões do Copom têm sido unânimes, incluindo a última reunião.

O presidente do BC destacou que as incertezas, tanto no cenário doméstico quanto externo, aumentaram, tornando a autoridade monetária mais dependente de dados. Mesmo assim, ele ressaltou que o cenário base do Banco Central não foi substancialmente alterado.

Campos Neto também abordou a retirada da indicação sobre o ritmo de corte de juros a partir de junho, conhecida como forward guidance. Ele explicou que, apesar dos benefícios desse instrumento em guiar as expectativas do mercado, as incertezas crescentes reduzem o valor do forward guidance e trazem custos para o BC ao mudar sua comunicação no meio do caminho.

Em relação aos debates internos no Copom, o presidente do Banco Central enfatizou que houve divergências entre os diretores, mas que as decisões foram unânimes. Ele ressaltou a importância de ser mais transparente nas comunicações, especialmente em um cenário de aumento das incertezas.

Portanto, as declarações de Campos Neto reforçam a postura do Banco Central de atuar de forma cautelosa e baseada em dados diante do atual cenário econômico e das incertezas que rondam o mercado. A transparência nas comunicações e a análise criteriosa dos cenários são prioridades da instituição para garantir a estabilidade econômica e financeira do país.

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