O relatório da PF, com cerca de 500 páginas, destaca a divergência entre Marielle e Chiquinho Brazão em relação a um projeto de lei sobre a flexibilização das regras de regularização de terras. A atuação da vereadora na apertada votação do PLC nº 174/2016 teria despertado a reação descontrolada de Chiquinho, segundo as investigações. Além disso, os agentes apontam indícios do envolvimento dos irmãos com milícia e grilagem de terras, o que contribuiu para a motivação do crime.
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, afirmou que a investigação sobre os mandantes, intermediários e executores do crime está encerrada. O atual deputado federal Chiquinho Brazão, o conselheiro do TCE Domingos Brazão e o ex-delegado Rivaldo Barbosa foram presos, sendo apontados como os mandantes do assassinato de Marielle e do motorista Anderson Gomes em março de 2018.
A Procuradoria-Geral da República também considerou a atuação política de Marielle como possível motivação do crime, ressaltando que a vereadora estava prejudicando os interesses dos irmãos Brazão em relação à exploração de áreas de milícias.
Diante das evidências e dos indícios levantados durante a investigação, a PF e a PGR concordam que o assassinato de Marielle Franco foi motivado por interesses políticos, embates envolvendo terras e milícias, culminando em um crime que chocou o país e revelou a complexidade da situação no Rio de Janeiro. Este desfecho representa um avanço importante no esclarecimento do caso e na busca por justiça para Marielle e Anderson Gomes.