Pai do satélite brasileiro SCD-I, engenheiro Carlos Eduardo Santana deixa legado de inovação e pioneirismo no espaço

O Brasil perdeu um grande nome da ciência e tecnologia com a morte de Carlos Eduardo Santana, engenheiro eletrônico conhecido como o pai do primeiro satélite de coleta de dados desenvolvido no país, o SCD-I. Santana faleceu no dia 25 de fevereiro em São Paulo, após passar por uma cirurgia para retirar um nódulo no fígado. Ele deixou um legado de inovação e dedicação à ciência ao longo de quase três décadas de trabalho no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), onde se aposentou em 1997, mas permaneceu como funcionário comissionado até 2002.

Carlos Eduardo Santana, nascido em Passa Quatro, formou-se na PUC do Rio de Janeiro e era mestre em telecomunicações pelo Inpe e PhD em eletrofísica pela Universidade de Nova York. Ao longo de sua carreira, ele esteve à frente de diversos sistemas espaciais desenvolvidos pelo instituto brasileiro, mas seu grande xodó foi o SCD-I, que continua em operação no espaço até os dias de hoje.

O satélite, com 1,45 m e 115 quilos, leva menos de duas horas para completar uma volta ao redor do planeta e já realizou mais de 160 mil missões. Santana começou a desenvolvê-lo no final dos anos 1970 e finalmente conseguiu lançá-lo ao espaço em 1993. Sua contribuição para o programa espacial brasileiro foi fundamental, transformando o país de mero espectador em um ator ativo nessa área.

O enterro de Santana foi marcado pela presença de políticos, da classe científica e de familiares e amigos. Ele deixou sua companheira, Suely Galhardo de Castro Santana, com quem compartilhou 54 anos de vida, além dos filhos Carlos Eduardo, Juliana e Renata, e dos netos João Lucca, Luiza, Isabela, Beatriz, Sofia e Leonardo. Sua morte deixou um vazio na comunidade científica brasileira, que reconhece sua importância e legado para o desenvolvimento tecnológico do país.

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