Cantoras e MCs são agredidas por agentes da CPTM na Estação da Luz: “Foi de 0 a 100 muito rápido”

No dia 10 de março, a cantora e MC Kisha foi vítima de agressão por agentes da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) na estação da Luz, localizada no centro de São Paulo. A artista estava acompanhada de seis amigas que retornavam de uma Batalha de Rima e estavam se divertindo durante o trajeto de volta para casa. A jovem Taynara Ferreira, conhecida como Pitanga ZN, uma vendedora ambulante e artista independente, participava do grupo e relatou que a energia no vagão era de alegria enquanto rimavam entre si.

No entanto, a situação tomou um rumo inesperado quando agentes da CPTM e funcionários da empresa de segurança Gocil abordaram as jovens, alegando que não poderiam cantar no vagão. Mesmo após pararem de rimar, a confusão persistiu e culminou em agressões físicas. Uma das amigas de Kisha fez um comentário que desencadeou a abordagem violenta dos guardas, com uma delas tendo as tranças puxadas e outra sendo jogada para fora do vagão.

Após o ocorrido, as artistas foram levadas à delegacia, onde enfrentaram um tratamento negligente e desrespeitoso por parte das autoridades. O advogado Guilherme Macedo, que presta assistência jurídica ao caso, explicou que estão buscando reparação dos danos sofridos na esfera civil e penal. Além disso, buscam responsabilizar os agentes envolvidos, a empresa terceirizada e a própria CPTM.

A deputada Erika Hilton (PSOL) se manifestou sobre o caso e se ofereceu para auxiliar nas questões legais. Por sua vez, Pitanga ZN destacou os impactos emocionais da violência sofrida, questionando a justiça e a impunidade em casos como esse. A CPTM informou que está conduzindo uma sindicância interna para apurar a abordagem, visando aplicar medidas administrativas em caso de irregularidades.

Este episódio lamentável evidencia a urgência em combater a violência e as injustiças sofridas por artistas independentes e mulheres negras no espaço público. A luta por justiça e respeito às individualidades deve ser incessante, visando promover uma sociedade mais igualitária e livre de discriminação.

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