Dois ônibus incendiados em Santos: retaliação à Operação Verão? Motorista ferido e cidade em alerta após ataques noturnos.

Na noite da última terça-feira (12), dois ônibus do transporte público foram incendiados na cidade de Santos, localizada no litoral de São Paulo. Os ataques ocorreram logo após a morte de um suposto líder de uma facção criminosa em Guarujá, na mesma região. Um motorista dos ônibus incendiados ficou ferido durante as ações criminosas.

A suspeita é de que os ataques aos ônibus sejam retaliações à chamada Operação Verão, que já contabiliza 43 mortes em supostos confrontos com a Polícia Militar. Esse foi o segundo dia consecutivo de ataques a ônibus na cidade de Santos, exacerbando o clima de insegurança na região.

Os coletivos foram incendiados por volta das 22h no ponto final da praça Jerônimo La Terza, localizada na zona noroeste da cidade. Os criminosos chegaram ao local, atearam fogo nos ônibus e fugiram rapidamente. O motorista ferido, segundo informações da prefeitura, teve queimaduras em uma das mãos e precisou ser levado para a Santa Casa, mas já recebeu alta.

Diante dos ataques, a Polícia Militar recomendou a suspensão do transporte público em alguns bairros de Santos, para garantir a segurança da população. Além disso, os pontos finais de 13 linhas de ônibus foram remanejados para a avenida Afonso Schmidt, no sambódromo da cidade.

Esses episódios de violência ocorrem em meio à Operação Verão, que foi deflagrada após a morte de um soldado da Rota durante um patrulhamento em uma favela de palafitas na periferia de Santos. A gestão municipal afirma que todos os casos de mortes em confrontos são rigorosamente investigados pela Polícia Civil e Militar, em conjunto com o Ministério Público e o Poder Judiciário.

A escalada da violência na região tem chamado a atenção de organizações de direitos humanos, que recentemente denunciaram à ONU as ações da Polícia Militar no litoral. O governador Tarcísio de Freitas chegou a declarar que “não estava nem aí” para as possíveis denúncias de abusos apresentadas ao órgão internacional. A Ouvidoria da Polícia também encaminhou 27 queixas de abusos durante a Operação Verão entre janeiro e fevereiro, evidenciando a tensão e desafios enfrentados na segurança pública da região.

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