Casal injustamente preso na Alemanha por troca de malas com cocaína será indenizado em €75 por dia de detenção

No último ano, um episódio envolvendo duas brasileiras, Jeanne Paollini e Kátyna Baía, chamou a atenção da opinião pública. As duas foram mantidas presas na Alemanha por 38 dias depois que suas bagagens foram trocadas por malas contendo cocaína. Após serem declaradas inocentes pela Justiça alemã em dezembro, o casal decidiu buscar uma compensação pela injustiça sofrida.

A advogada que representa as brasileiras na Alemanha, Chayane Kuss de Souza, destacou que o valor estipulado pela lei alemã, de 75 euros por dia de prisão, é insuficiente considerando o dano material e moral enfrentado pelas mulheres. Além do custo da viagem perdida, celulares apreendidos, gastos com advogados e psicólogos, as brasileiras também deixaram de ganhar dinheiro no trabalho devido ao episódio.

A advogada ressaltou que as ações da polícia e da Justiça alemã no caso foram marcadas por erros. Houve falhas na investigação, como a não verificação de quem estaria esperando as malas com cocaína no momento da apreensão. Kuss de Souza afirmou que a Justiça alemã reconheceu o direito das brasileiras de serem indenizadas, o que representa um primeiro passo para a reparação dos danos sofridos.

O caso das brasileiras não foi um incidente isolado. Recentemente, um casal líbio-brasileiro enfrentou uma situação semelhante na Turquia. Após o ocorrido em Frankfurt, a Polícia Federal brasileira realizou uma operação que resultou na detenção de suspeitos envolvidos em uma quadrilha que trocava etiquetas de bagagem para o tráfico de drogas. O governo federal também implementou medidas para fortalecer a segurança nas áreas de despacho de malas em aeroportos internacionais.

Em entrevista, a advogada explicou que suas clientes decidiram pleitear a indenização pelo dano moral causado pela prisão injusta, bem como pelos danos materiais decorrentes do episódio. Ela ressaltou que houve falhas por parte do governo e da Justiça alemã no tratamento do caso, apesar das evidências apresentadas. A busca por justiça continua enquanto as brasileiras aguardam a definição do valor total da compensação devida.

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