Problemas de zeladoria persistem em cemitérios de São Paulo mesmo após concessão à iniciativa privada em contrato de R$7,2 bilhões.

Na cidade de São Paulo, cemitérios ainda enfrentam problemas de zeladoria no primeiro ano de concessão dos serviços à iniciativa privada. Durante uma visita às unidades, a reportagem constatou invasões de imóveis próximos aos túmulos, sacos de lixo espalhados pelo chão e áreas cobertas por mato alto, prejudicando a identificação dos mortos.

Esses problemas, que já vinham sendo observados ao longo de 2023, persistem desde o início da operação do serviço por quatro empresas distintas. Cada uma dessas empresas arrematou um bloco com parte dos 22 cemitérios da capital, além do crematório da Vila Alpina, na zona leste.

A concessão dos serviços para a iniciativa privada foi estimada em R$ 7,2 bilhões, com as concessionárias responsáveis pagando R$ 646 milhões em outorgas. Entre as obrigações dos contratos está a realização de obras e reformas até 2027, porém, os problemas encontrados pela reportagem estão relacionados à falta de zeladoria.

Em um dos cemitérios visitados, o Vila Formosa, na zona leste da cidade, túmulos estavam cobertos pelo mato próximo à entrada do velório. Além disso, as vias que abrigavam os nichos funerários estavam tomadas por lixo, como garrafas vazias, sacolas e entulhos de construção.

A empresa responsável pela administração do cemitério Vila Formosa afirmou que os serviços de zeladoria são realizados periodicamente, mas o crescimento da vegetação durante o período de chuvas pode dificultar a manutenção adequada do local. Em outro cemitério, o Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte, também foi constatado mato alto e pilhas de entulho acumuladas em diversos locais.

Diante dessas questões, a prefeitura, por meio da SP Regula, está investigando os problemas apontados pela reportagem. O Tribunal de Contas do Município também emitiu alertas no ano passado sobre falhas de segurança, acessibilidade e limpeza nos cemitérios, e continuará monitorando o serviço em 2024.

Apesar de os contratos de concessão preverem a realização de obras e melhorias nos cemitérios, a falta de zeladoria continua sendo um desafio para as empresas responsáveis pela gestão dos espaços. A população espera que essas questões sejam solucionadas para garantir o respeito e a dignidade dos mortos e seus familiares.

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