Comissão de Direitos Humanos do Senado aprova projeto que proíbe estudantes de usarem banheiros de acordo com seu gênero autodeclarado

Nesta quarta-feira (28), a Comissão de Direitos Humanos do Senado aprovou um projeto de lei que proíbe estudantes de usarem banheiros e vestiários de suas escolas, independentemente se são públicas ou privadas, de acordo com o gênero com o qual se identificam. A proposta foi aprovada de forma simbólica e agora passará pela avaliação da Comissão de Educação do Senado.

O projeto de lei em questão propõe alterações no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) para proibir que banheiros e vestiários sejam utilizados por usuários cujo sexo de nascimento seja diferente do sexo designado para aquele espaço. Além disso, o texto prevê infração administrativa e multa de três a 20 salários mínimos para o responsável do estabelecimento educacional que descumprir a norma, podendo chegar ao dobro em caso de reincidência.

O projeto foi apresentado pelo senador Magno Malta (PL-ES) e teve parecer favorável do senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), ambos bolsonaristas. Malta defende a medida afirmando que a exigência de compartilhamento de banheiros e vestiários com pessoas do sexo biológico oposto pode gerar constrangimento, vergonha e danos psicológicos aos alunos, além de aumentar a probabilidade de crimes como agressão sexual. Já Marinho destaca a importância de se evitar práticas imorais e desconfortáveis para crianças, como a presença de pessoas de diferentes sexos nos mesmos espaços.

Apesar das justificativas dos senadores, a proposta tem gerado debate e controvérsias, principalmente em relação aos direitos e garantias de pessoas transgênero. As opiniões divergem quanto à eficácia e legitimidade dessa medida, levantando questões sobre inclusão, respeito à diversidade e proteção dos direitos individuais. A discussão certamente continuará e novos desdobramentos são aguardados à medida que o projeto avança no Senado.

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